quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Dor e sofrimento

Naturalmente somos condicionados a não desejar a dor por ser um sinal de algo vai mal dentro de nós, no sentido físico. No sentido psicológico a coisa fica um pouco mais complicada definir, apesar de seguir a mesma linha que a dor física.
A autoflagelação não tem muito sentido já que nada se altera com ela de forma racional, apenas nos condiciona a sentir a dor e conviver com ela.
A dor psicológica é um sinal de que devemos mudar algum de nossos hábitos que estão arraigados dentro de nosso modo de agir, por vários anos ou mesmo vários séculos e que não conseguimos perceber na sutileza da vivência as expressões que deveríamos fazer para mudar o pensamento.
Assim a dor se mostra para alterarmos esse padrão de comportamento. O problema é que ela dói profundamente e demora em aliviar. Flui aos poucos para o espaço e purifica o nosso coração, assim nunca a satisfação da vingança fará sanar a dor, pois já nos encontramos maduros para mudarmos o comportamento e assim nunca nos sentiremos satisfeitos mantendo a atitude da vingança ou o rancor como meta de sanarmos nossa dor.
A mudança se faz pelo domínio que possamos ter sobre o nosso egoísmo e nosso orgulho. Normalmente nosso ego ou nosso instinto primitivo nos afronta e proclama a sua verdade ou sua hegemonia sobre a realidade. Queremos mudar a lei ao invés de aceita-la. Qual lei? Da natureza, da realidade, que é também a lei divina. Por não compreende-las, isso não quer dizer que devemos ter a nossa realidade resolvida da melhor maneira para nós, oprimindo ou extinguindo aquilo que nos atrapalha.
Há pouquíssimos séculos atrás acreditávamos que matando um animal selvagem que predador que consumia nossas galinhas ou que pudesse representar um perigo para nossa integridade física ou de quem nós tínhamos o dever de proteger, assim praticávamos a caça predatória para evitar o que não compreendíamos.
Hoje com os estudos sobre comportamento animal e ecossistemas sabemos que podemos dominar o meio ambiente que nos envolve sem depredá-lo ou extirpá-lo como ainda ocorrem nos confins do Pará, mas por puro interesse econômico e o egoísmo de riqueza de seus proprietários.
A natureza se refaz e cobra a sua divida de abuso seja ambiental seja social do inter-relacionamento das pessoas. Assim a luta nunca é com o outro, mas conosco por uma mudança intima significante, para que possamos nos aprimorar para um futuro.
Não é por que não compreendemos ou não conseguimos enxergar a realidade das leis que comandam a nossa natureza divina que devemos deixar que a nossa mente primitiva solucione o caso pela sua arrogância e desejo de ser o macho alfa das relações humanas.