quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Como alterar aquilo que sou ou estou



Todas as religiões pedem que nós nos moldemos aos ditames de seus dogmas ou naquilo que consideram virtudes, mas como podemos promover essa mudança em nós?
        A primeira coisa que devemos lembrar é que não modificamos ninguém além de nós. Podemos momentaneamente alterar um comportamento bizarro ou anti-social pela repressão do ato, mas a mudança efetiva só ocorrerá se o individuo vitima da repreensão puder sublimar o limite imposto e se recondicionar e aos padrões sociais vigentes.
        Há países que suprimem membros de ladrões para que não cometam mais o crime, mas não é o membro amputado que o fará deixar de roubar, mas a sua compreensão da vida e sua auto-transformação dos fatos.
        Como sou reencarnacionista, aquele que em uma vida teve seu membro amputado, mas nada fez para tentar compreender os fatos dessa amputação, na próxima vida continuará sendo ladrão e assim estar em um país mais indulgente com seus erros.
        O fato importante deste assunto é o que é do espírito seja corrigido no espírito e o que é do corpo no corpo. Atualmente várias pessoas usam silicone para aumentar seios, peitoral, nádegas, fazem lipo e outros atributos para consertar o que acreditam estar com defeito. Essas alterações estão, obviamente, vinculadas a um fator psicológico de beleza, poder e atração, mas tem pessoas que perdem perna ou pé ou braço em desastres, acidentes e outras ocorrências que podem ser reparados, mais pela necessidade mecânica que apenas de uma deficiência psicológica.
        Hoje essas transformações são possíveis pelo avanço da engenharia, a robótica, a metalurgia e  do próprio conhecimento anatômico do corpo e da medicina de restauração e reestruturação de corpos ou mais conhecida como plástica.
        Mas como podemos alterar nosso comportamento psicológico ou nossa visão social do mundo? Pela inteligência. Mas como vamos usar a inteligência?
        Sabe o maior problema é nos conseguirmos usar a inteligência de forma eficiente nessa mudança.
        Quando a questão é profissional, alteramos nosso comportamento pela conveniência do negócio e não pelo respeito ao nosso próximo, ou a outro ser humano.
Um dos grandes meios que os povos conseguiram se conhecer e entraram em contato foi pela necessidade de comprar algo que um povoado tinha e eles não tinham ou não sabiam como fazer. Assim os povos descobriram o mundo e sua grande variedade de informações e cultura.
O Império Romano quando percebe que não poderia dominar todo o território Europeu, se valem da religião para poder assim criar o neo colonialismo que os Europeus 1000 anos depois, partiram para a conquista de territórios e depois de mais 300 a 400 anos descobriram que o neo colonialismo econômico e não o religiosos seria a forma mais eficiente de controlar uma população hostil ou livre.
Mas o assunto é uma alteração psicológica e não uma alteração política de transformação.
Para melhor exemplificar vou contar um fato que ocorreu comigo.
Estava com uma infecção no dedo mindinho da mão esquerda que não cedia após três dias de pomada de antibiótico. O que pude pensar é que as bactérias que estavam me infectando estavam se divertindo com a pomada e nada lhes causava dissabor. Isso quer dizer que elas adquiriram resistência a aquele antibiótico. Assim fui ao Pronto Socorro central para que um médico me indicasse um outro antibiótico.
Bom, minha filha trabalha de madrugada, assim esperei que ela acordasse para me levar ao médico.
Como é atendimento público, dispensam um atendimento que deixa muito a desejar, pela falta de médico ou pela espera, pois acabaram de sair para tomar café, não podendo ter um rodízio entre eles enquanto um vai tomar seu café o outro continua atendendo, mas ambos saem para tomar seu café de meia hora ou mais.
Era fim de semana quando o posto de saúde que distribuem remédios está fechado, mas com as Upas que distribuem remédio podemos retirá-los mesmo em feriados.
Como era um problema de infecção e já fazia mais de dois meses que eu estava com o problema de inflamação achei que seria conveniente irmos atrás do remédio sem esperarmos até segunda-feira.
Bom ai que ocorreu todo o problema.
Ao invés de sentarmos no carro e traçarmos uma estratégia de como agir e para onde ir, já que havia 7 ou 8 pontos que pudéssemos encontrar o remédio, saímos imediatamente sem sabermos para onde íamos.
Eu estava com a relação dos postos e estava com a opção de ir para perto de casa, ou onde havíamos estado e não havia remédio, mas percebi que havia um posto mais próximo de onde estávamos.
Com o carro em movimento e minha filha com preguiça mental para pensar em caminho ou entender meus resmungos, queria que eu indicasse o caminho. Mas eu estava com muita informação na cabeça e para tomar decisões, isso me estressou. Como percebi a má vontade da minha filha em pensar, jogando toda a responsabilidade da decisão nas minhas costas, isso me irritou e assim fomos discutindo e gritando um com o outro até chegarmos em casa com o remédio.
Qual foi o erro? Não pararmos para tomar a decisão de como agir. Depois que estávamos a caminho eu não consegui me concentrar no nome da rua que ela deveria seguir, o que aumentou minha irritação pela minha própria incapacidade.
O que desejo mostrar é que o meu orgulho e a má vontade da minha filha em compartilhar o problema comigo para solucioná-lo.
Veja que o problema dela é dela, não me interessa, apesar da minha irritação e minha necessidade de ajuda.  Mas eu precisaria ter parado para pensar ou ter tomado o volante para ir aonde eu sabia ir e ela não. Eu deveria perceber que a cólera havia tomado conta de minha e eu não pude raciocinar, pois me magoei por que ela não quis compartilhar o problema e desejava apenas ser a motorista e não um elemento efetivo de apoio.
E eu exigindo que ela compartilha-se com o meu problema. Como minha carta esta vencida ela é obrigada a me levar onde preciso ir, apesar que em serviço de saúde sempre é bom ter uma companhia com você, mesmo que seja apenas um infecção no dedo mindinho.
Faltou humildade para mim em reconhecer que eu estava pedindo mais do que ela estava disposta em me dar naquele momento ou que ela poderia me dar. Deveria ter parado e reorganizado a ação que deveria fazer e assim proceder de forma econômica e rápida, o que evitaria o estresse e a cólera.
Esta não foi a primeira vez que me descontrolei na vida, mas foi um das poucas vezes que parei para perguntar como isso aconteceu, assim isso mostra que podemos ir aos poucos alterando os nossos comportamentos adversos usando a nossa inteligência e não nos recriminando pela idiotice que acabamos de cometer.
É assim que se adquire calma, bom senso, rapidez de raciocínio e serenidade. Não permitindo que nosso sistema de defesa fale mais alto que a nossa consciência.
O instinto ou sistema de defesa quando estamos em perigo ele toma a iniciativa e se sobressai sobre a nossa consciência. No caso me senti abandonado sem apoio e assim inválido permitindo que o meu sistema de defesa se valorizasse e fizesse um monte de asneira, pois em realidade eu não estou abandonado ou não sou apoiado pela minha filha. Isso foi uma mistificação da minha parte.
Se vou cometer isso novamente? Sim muito provável, só que talvez eu possa perceber o erro no seu decorrer ou mesmo ao seu final. Mas com certeza em algum momento do futuro vou poder interromper a ação do instinto antes que ele comece e poder deixar que ele assuma o controle quando realmente eu estiver em perigo e não quando meu orgulho ou minha vaidade acharem que são melhores que os outros.
Por este motivo eu acredito que o instinto não será extinto da nossa existência como homo sapiens, pois ele será a forma de nos protegermos quando formos atacados ou sabermos nos defender nesses momentos. É graças a ele que não cometemos suicídio com facilidade por que ele é o responsável por preservar a vida. Assim não é suprimindo o sentimento seja ele que dimensão for que iremos melhorar nosso relacionamento intimo ou evoluirmos dentro de uma relação com a espiritualidade, se não usar a inteligência para efetuarmos a transformação, estaremos sempre estacionários em nossa evolução divina.