domingo, 21 de março de 2010

Otimismo versus Pessimismo

Inúmeros livros de auto-ajuda e de religião, vivem falando em otimismo, em felicidade e em fé. Mas ninguém esclarece o por que.
Vou tentar falar sobre o assunto, tentando dar o meu parecer, não necessariamente uma cartilha sobre essa verdade, mas que permita que se pense sobre o assunto.
O Otimismo nos leva a ilusão. Interpretamos os fatos que ocorrem conforme a nossa capacidade e interpretação da vida. Isso está errado? Não, mas não se trata da verdade e sim de um dado empírico de interpretação das leis da vida.
O Realismo é uma boa maneira de seguir a vida? Sim, mas trás muito de pessimismo na visão do dia a dia e assim nos tornamos agressivos e inflexíveis em nossas decisões, dificultando o perdão como arma de sobrevivência às intempéries da vida.
Pelo otimismo somos iludidos e assim facilmente enganados pelo alto grau de confiança que externamos ou então somos por demais ríspidos com o realismo para podermos enxergar a necessidade alheia.
O único meio de podermos conviver com os percalços da vida seria um equilíbrio entre os opostos. O que é um tanto quanto difícil de se atingir, por que não temos uma cultura ampla do realismo e não aceitamos as perdas como algo positivo dentro da vida.
A religião nos diz que somos seres espirituais e assim vivemos no espaço ou na região do além, do espírito. A Terra é o caminho do aprendizado, onde aprendemos a compreender as leis divinas que regem o universo. Hoje desvendamos leis que regem a matéria, mas ainda pouco conhecemos das leis que regem a mente e as relações humanas. São ciências novas a Ecologia, o Comportamento animal, a Psicologia, a Psicoterapia, a Sociologia, a Administração e outras ciências que falam sobre o relacionamento humano. Desta forma não podemos esperar maravilhas que ainda não foram descobertas pelo homem apesar delas existirem. Quem nos dá alguma ideia sobre o assunto são as religiões. Mas elas são interpretações assim sua precisão é relativa a quem a compreendeu ou a explicou. Assim o melhor objetivo é estudarmos com desprendimento os livros básicos para podermos interpretarmos pelo nosso discernimento os dizeres bíblicos ou das instruções básicas fornecidas pelos profetas ou seus lideres religiosos, nunca pela interpretação de outros. As experiências que carregamos são aquelas que podem nos fornecer a base para a síntese de nossa compreensão do que somos ou do que podemos ser. 
Por isso a ciência e a religião devem andar de mãos dadas, pois a ciência mostra novas realidades que quando foram interpretadas pela visão religiosa, se chegou ao melhor caminho para a época, tornando-se obsoleta com os avanços científicos. Como é o caso do mundo ser plano, a ilusão da criação e outros descaminhos que foram importantes no inicio de nossa civilização.
Outra coisa que devemos levar em consideração é que como somos espíritos, nossa vida aqui é momentânea, assim o sofrimento e a dor trazem benefícios, que nem sempre entendemos ou podemos ver a sua repercussão dentro de nós. Ao nascermos temos uma preconcepção de vida, que não recordamos, pois o cérebro é novo, assim limpo, mas trazemos essas informações no nosso inconsciente. Por esse motivo Freud definiu a neutralidade da criança. Mas isso não é real  já que quem é pai já descobriu que seu filho, mesmo pequeno, apresenta tendências ou talentos que demonstram um caminho de futuro para a criança.
Assim elas nos momentos adequados de nossa formação vão surgindo e pela nossa liberdade e fé nas realidades que visualizamos vão se aprimorando nas interpretações que já tínhamos e assim as aprimorando. Os problemas estão nas fazes traumáticas onde a dor foi a portadora de nossa atitude. Isto é, elaboramos um preceito baseado na dor do passado e assim se torna imantado de uma verdade dolorosa. Digamos:
Fomos abandonados em uma existência, nos deixando na penúria, onde passamos fome e fomos obrigados a fazer algo que não seria compatível com o nosso desejo de vida. Isso nos causa um trauma, uma dor, um sentimento de repulsa, assim elaboramos uma ideia de estarmos sempre vigilantes quanto ao outro e ao menor sinal de abandono ou rejeição partimos para o ataque, mesmo que seja apenas uma impressão e não uma verdade. Assim praticamos atrocidades em nome de um sofrimento do passado. A dor advinda desse sofrimento é apenas para definir que algo esta errado dentro de nós e necessitamos de um tempo para podermos deixar as magoas antigas partirem e assim tomarmos novas atitudes que nos trarão uma evolução, pois em outras vidas poderemos sofrer a mesma traição sem um abalo emocional desastroso e uma compreensão mais coerente sobre a necessidade da separação, uma coisa feita com mais consciência e harmonia que os dramalhões mexicanos que vemos estampados nas manchetes jornalísticas.
O otimismo é uma ferramenta para que possamos interpretar as dores de forma a ter uma intensidade menor podermos mudar o que é necessário como forma de pensar, o realismo, não nos permite negar o fato ocorrido e assim não criarmos a ilusão de que o fato que gerou a dor não existiu, tendendo a uma solução realista, mas sem se perder na revolta e culpas pelo abrandamento do otimismo. São fatos da vida as dores que nos levaram a compreender melhor a harmonia entre as pessoas, aceitando a felicidade alheia, como também a nossa. É uma nova jornada que se avizinha assim a aceitação permitirá a encontrarmos a oportunidade que esta a nossa frente e que não a enxergávamos, pois víamos embaçado e pela dor momentânea estaremos aptos a observa-la.