Minha formação se deu nos anos 60, onde a hegemonia dos EUA estava sendo questionada pela URSS. Assim uma política mais caridosa onde se visava mais a fraternidade entre os povos eram tidas como a grande verdade humana para o seu bem futuro, isso pela interpretação dúbia da caridade explicita pelo Cristo.
A confusão nisso esta em que a caridade não é para solucionar a vida do assistido, mas para lhe dar suporte para que possa superar suas necessidades e deficiências.
A idéia vem da interpretação errônea da Igreja que por nada produzir e necessitar de dinheiro para sobreviver, institui a caridade financeira para distribuir comida aos necessitados, que se transformaram em grandes catedrais, opulência do poder, e enormes relicários dourados.
Ao analisarmos as características inatas do homem, notamos que ele tem como força de seu aprendizado o trabalho e as minúcias do cotidiano. Seu aprimoramento se vale da competitividade em relação a si e aos outros, mas essa competição com outros é apenas uma referência e não uma atitude de inveja ou superioridade. Quando se percebe que alguém consegue algo que nunca se tentou ou tenham feito, trata-se apenas de uma possibilidade do que se pode fazer, se aquele realmente for algo representativo para o indivíduo ele tentará fazer e poderá conseguir, dependendo de sua dedicação e perseverança.
Nos anos 50 a URSS conseguiu colocar no espaço, o 1º satélite artificial, a cachorra Laika e o cosmonauta Gagarin e assim termina a hegemonia russa para ser superada pela americana. Quer dizer os dois países, tinham as condições técnicas, econômicas e cientifica para realizar a façanha. Assim uma seria referência para a outra. Infelizmente isso era mais um programa de competição política do que algo realmente para elevar o sentido de capacidade humana. Outros países não entraram na corrida espacial pela falta de recursos, econômicos técnicos e científicos. Quer dizer se observamos algo inusitado que fizeram, senão temos a condição básica de executarmos não devemos nos desesperar por não podermos, mas fazermos o que se encontra dentro de nosso interesse e possibilidade.
A caridade é um crédito bancário que temos ou criamos para saldar nosso débito. Como somos seres que evoluímos de nossos ancestrais primatas e tivemos que desbravar nossos espaços nem sempre sendo justos ou cordatos com as possibilidades, efetuamos enormes atrocidades para podermos nos impor no mundo. Como somos reencarnacionistas, temos a necessidade de saldarmos o mal que realizamos, para nos beneficiarmos.
Como as leis da física, de ação e reação, da gravidade, da inércia, temos leis psicológicas que regem a justiça no mundo, assim existe uma lei que tem como nome genérico de Lei do Amor e ela é responsável pelo equilíbrio da justiça e da compreensão das relações humanas.
Alguns incrédulos podem dizer que a justiça não é deste mundo, pois não se consegue punir os principais usurpadores de poder mundial.
Exatamente por isso ela se chama Lei de Amor. Primeiro ela pondera toda a realidade e verifica a melhor hora ou momento de poder fornecer uma dificuldade que permita ao usurpador perceber o erro que esta incorrendo. Verifica todo o benéfico que esta sendo gerado por aquela ocorrência e assim pondera até quando deve ser mantida a condição. Qualquer quebra dessa forma do seguimento do processo como uma morte ou revolta ou fuga, perde sua validade e gera maior debito nesse livro contábil. A revolução militar ocorrida no Brasil em 64 gerou um debito aos que promoveram e participaram da ação. Ao povo foi uma benção no sentido de seu resgate da opressão que seus cidadãos geraram individualmente em outras vidas e assim aprender a valorizar a democracia e a liberdade de poder pensar e sofrer as conseqüências do que disser. A caridade feita em profusão poderia ter evitado a revolução como também a ação terrorista dos irresponsáveis pela ação conturbada que matou inocentes sejam eles dentro do sistema ou meros transeuntes que cuidavam de sua vida.
Assim a caridade consiste em assistir ao necessitado, dar-lhes condições de dominar sua vida de forma plena e podermos orientá-lo no melhor caminho, sem impor uma verdade, mas é opção dele querer aceitar ou não. Respeitá-lo nesse quesito é também um ato de caridade e assim liquidamos nossos débitos, fazendo nossa vida ser menos árdua e conseguirmos superar nossas dificuldades com o raciocínio e a lógica sempre confiando em Deus e nos seus guardiões que velam por nós e nossos pensamentos.