sexta-feira, 17 de abril de 2015

O surpreendente lado ruim de ser inteligente




        Eu comecei a ler esse arquivo ou matéria da BBC e achei extraordinário, como a genialidade não tem uma objetividade de tornar uma pessoa melhor que outras e assim ter mais sucesso. Isso demonstra que a função específica da inteligência tem mais a ver com o desenvolvimento pessoal de quem a possui do que na verdade com a natureza ou o desenvolvimento científico.
        Claro que o QI mais elevado pode favorecer uma racionalização mais dirigida e direcionada a um objetivo consciente, mas não ao objetivo inconsciente.
        René Descartes propõe algo para libertar a mente humana da ilusão e mistificação que a Igreja impunha à população. Obviamente essa realidade começa a ser desenvolvida junto à população mais no século XIX e XX que quando foi dita por ele, isso pela valorização do ensino como forma de aprimorar a população e torná-la mais apta dos avanços e desenvolvimentos científicos que estavam sendo incorporados às indústrias nascentes.
        A frase que ele imortalizou foi: Penso, logo, existo. Mas essa frase hoje em dia deve ser alterada para uma compreensão melhor do ser humano. Eu diria que ela deveria ser dita desta forma: Sinto, logo existo, penso, logo transformo.
        Isso é muito fácil de provar, afinal um cão ou um pernilongo existem, mas de uma forma geral não pensam, mas agem pelo instinto, ie, sentem a vontade ou o desejo e fazem. Uma planta qualquer existe, mas nem sente e muito menos pensa, ou será que sente, já que como o girassol segue o Sol ou uma árvore sabe ou instintivamente presente que deve subir crescendo para o vazio do espaço. Na verdade com um vegetal pouco podemos compreender com precisão se tem vontade ou pensamento, mas é algo muito útil para toda a população do reino animal, pois sem ela não teríamos como sobreviver. Assim se ela pensa ou deixa de pensar vamos deixar isso para os futuros superdotados descobrirem ou saber como imaginar essa realidade.
        Voltando ao ser humano novamente. Se o homem para pensar precisa sentir antes que é o fator de motivação o que vale para ele é o sentimento e não a racionalidade.
        Como tudo na vida nós precisamos da vontade para realizar bem o que estamos projetando, assim um cantor sente mais vontade e se realiza fazendo isso cantando. Se ele se realiza ele apenas arrefece a ansiedade cantando realizando o sonho, podendo distribuir emoções através da música.
        Um engenheiro sente satisfação em resolver ou solucionar questões materiais onde usando a física e a matemática conseguem fazer uma máquina ou uma estrutura industrial para produzir uma simples panela como utensílio doméstico. Isso para ele é uma realização, para outros pode ser algo meramente bobo e assim valorizam outro tipo de atividade mesmo dentro da engenharia.
        O que nos motiva na vida é o que sentimos ou que desejamos. Por isso muitos times de futebol e mesmo países em guerra se preocupam com a motivação do time ou da população para que possam ter uma determinação forte em vencer.
        Agora vamos à reportagem que fala de uma forma indireta exatamente disso. A motivação que um cérebro de gênio acaba se perdendo pela necessidade de reordenar seus sentimentos e não o seu raciocínio.
        Veja que a ciência já demonstrou que a abstrução de nossa realidade de sentimentos nos faz gerar doenças que são caracterizadas pelo nome de psicossomáticas.
        Os sentimentos ou emoções que possuímos são formas mais desenvolvidas de nossos sentidos primitivos de instinto. Pela necessidade de nos comunicar criamos a fala, mas foi o instinto que nos deu a vontade para chegarmos a isso.
        Muitos de nós já sentimos algo inconveniente que oprimimos dentro da mente ou do coração e esquecemos do assunto. Como essa parte do nosso inconsciente tem vontade própria se for importante para o nosso desenvolvimento o que acabamos oprimindo em algum momento no futuro ele voltará a se expor e cada vez com mais força e determinação. Assim acabamos tomando decisões errôneas por não ouvirmos ou darmos valor ao que sentimos ou temos como necessidade dos sentimentos, pelos deveres e responsabilidades da vida ou apenas pela vaidade de não demonstrar a nossa realidade de um caráter mal formado que seria uma vergonha se transparecesse.
        Como fomos, todos, doutrinados com regras do não pode, não deve e é pecado, somos frutos dessa confusão e dessa dificuldade de ter respostas racionais para a realidade intima, pois ela foi amplamente mistificada por séculos de doutrinação. Realmente o amor ou a compreensão e a conversa são a principal forma de se reestruturar toda essa confusão, porém a limitação do condicionamento de séculos impõem limites que somente com algo mais violento para começar todo o processo. Isso é típico do orgulho, da soberba, ou do pseudo direito de se achar melhor que outros ou por direito divino ou pela prova mundana da conquista de algo que a sociedade valoriza e assim o sucesso.
        Normalmente, como diz a matéria, não há uma explicação lógica para o insucesso que muitos, apesar de gênios, tiveram e outros conseguiram mesmo com dificuldades se elevarem e trazer algo útil para sociedade. Isso é por algo chamado inteligência emocional que é algo mais recente e que trouxe mais esclarecimentos sobre o assunto. Porem fica a questão. Por que tantos gênios aparecem com tantos problemas? Por questionarem o universo? O nada? Deus? Ou a falta de resposta para o que ele vê como essencial?
        Na verdade somos um produto de reencarnação. Esse tema pode elucidar isso, já que as experiências vão se acumulando pelos séculos e ao ser humano tentar se equilibrar com todas as informações e experiências vividas e mistificar algumas respostas permitindo que fiquem fora da sua realidade ou da realidade da natureza e assim das leis do Universo que as leis da Natureza fazem parte. E por dedução fazem parte da Vontade de Deus ou são a Vontade de Deus.
        Às vezes a oportunidade de um ser humano ter um QI elevado é a oportunidade que ele tem de ter uma ferramenta melhor para que ele possa compreender melhor essa realidade e alterar o seu comportamento intimo alterando ou aprimorando seus sentimentos. Como podemos oprimir um sentimento acredito sem fatos plausíveis que estes sentimentos possam ser alterados e aprimorados. Na meditação budista ou da yoga elas favorecem esse tipo de alteração como uma vivência intima de seus sentimentos ou pela analise de temas ou pela observação dos sentimentos puros e simples.
        Na verdade o kardecismo ou o cristianismo mais dentro de sua pureza fornecem essas alternativas. Quando Lutero questiona a Igreja, e não foi o único, o seu objetivo era fazer o cristianismo se desprender da mitologia romana e não mais valorizar a vida de dor ou a crucificação ou os milagres computados a Jesus, mas uma analise mais fria daquilo que Jesus pregou e sua explicação.
        Não sei se ele conseguiria trazer toda a realidade das leis divinas a um patamar racional, mas Descartes complementa isso com a limitação e vigilância do pensamento.
        Hoje os tempos são outros onde a necessidade de algo mais sólido que uma imagem deve ser compactuada com as pessoas que precisam de esperança e uma liberdade de suas amarras em conceitos ultrapassados e arcaicos.
        Assim essa nova visão explica muito bem as razões do insucesso de tantos dotados e a dificuldade deles lidarem com a sua realidade, mas são as suas realidades emocionais que distorceram seus caminhos e assim a necessidade de compreender a sua realidade emocional é uma prioridade que 600 AC, Sócrates já falava dessa necessidade.