sábado, 17 de outubro de 2015

Sobre o Livro “Vale dos Suicídas”



           Infelizmente falar de uma obra sem ler, nem sempre é uma tarefa fácil ou coerente, mas mesmo assim acho que devo postar minha opinião.
        Os livros espíritas tem o objetivo de instruir e melhorar os irmãos encarnados em seu aperfeiçoamento futuro. Obviamente não é por que sou de uma determinada religião que estarei salvo. Normalmente quem pensa assim age mais pela aparência que pelo coração. Jesus fala disso quando chama o povo Judeu de vasos limpos por fora e sujos por dentro.
        A ideia de mudar o que temos por dentro é uma ideia tão antiga que uma das primeiras afirmações sobre isso ocorreu com Sócrates. Assim o autoconhecimento é o meio que temos em alterarmos o que somos ou nos libertarmos de nossos preconceitos íntimos olhando como são medíocres.
        Alguns são apreendidos por, digamos, osmose, por ser uma característica familiar, outros são pelo ódio incontido que relegamos não nos perdoando ou perdoando o agressor e ficamos remoendo esse passado e agredindo a todos pela nossa raiva e não por que eles são os errados ou estão nos afetando. Assim também pelo passado remoto e assim reencarnamos para poder superá-los passando pelas mesmas provas que sucumbimos e podermos dar uma nova explicação a ela e assim melhoramos nossa visão do assunto.
        Assim a honestidade intima é a única forma de podermos compreender o que somos e como podemos alterar os efeitos deletérios que nos condicionamos. Assim todos nós somos imperfeitos e Deus nos fez inteligente para podermos compreender todas as leis que regem o Universo assim aprendeu errando e materialmente usamos as leis para podermos por em prática aquilo que imaginamos e vermos se dá certo ou se precisará de correções ou será impraticável, pois as leis não as permitem.
        Esse é o motivo de estarmos aqui vivendo e pelas dificuldades nos forçar a termos uma solução para o problema. É assim que a ciência evolui e aprende, descobrindo as coisas que temos duvidas ou que temos necessidade de resolver um problema que envolva a humanidade como a solução de remédios ou de locomoção. Mas se notarmos o Século XIX nos deu várias ciências novas todas de certa forma abstrata que se baseiam no pensamento, como a terapia, a sociologia, administração e outras, mostrando que há leis que comando o pensamento também.
        Assim o que sou contra esse livro é o título e a foto promocional, invocando o medo e a preocupação. O conteúdo até pode ser sensato, mostrando algo que realmente somos presas fácil, a nossa vaidade, mas a forma como está sendo vendido é totalmente errada e não sei se válida.
        Deus nos perdoa sempre e não nos faz sofrer sem objetivo. Ao aprendermos a lição o sofrimento e a dor desaparecem e começa o caminho da reconstrução e o encontro de um novo caminho mental para continuarmos crescendo ou evoluindo.
        Existe um livro que se chama “Memórias de um suicida” que é atribuída a Camilo Castelo Branco a sua psicografia que fala do Vale dos suicidas. Existe outro livro que fala de vários espíritos que se perderam no vale. Além disso, existem outros livros que comentam sobre isso como também de espíritas que não souberam lidar com a realidade de mudança e se encontram vagando pelo Umbral.
        Todos nós somos imperfeitos assim o único meio que temos de nos superar é pela caridade, pois só ela poderá apagar a mácula que não conseguimos ver ou mudar.
        Mesmo estando lá no Umbral Deus não nos abandona, mas é o nosso orgulho e egoísmo de não nos libertarmos dessas premissas pequenas que nos leva a sofrer essas intempéries. A humildade de aceitar aquilo que estamos sofrendo é que nos habilitará a nos libertar.
        Temos amigos e parentes que nos amam que fazem de tudo para nos ajudar, assim se pudermos aceitar a nossa cruz podemos vê-los nos ajudando no final da jornada.
        Se voltarmos a ler o Nosso Lar veremos que a mãe de André Luis estava ao seu lado desde o momento de seu desencarne, mas a sua arrogância de professor doutor universitário não lhe permitia vê-la e aceitar a sua ajuda para se libertar de lá. E ele ainda afirma que pela condição moral da sua mãe é que lhe foi permitida tentar resgatá-lo do Umbral.
        Cometemos muito erros, mas o da ganância é um dos piores e vender algo com falsas promessas traz problemas e não soluções as pessoas, assim temos que nos informar, estudar e nos aprofundar para compreendermos o que devemos aceitar ou não em nossa vida. É separar o joio do trigo, o que nos faz bem e o que nos faz mal. Não devemos prejudicar ninguém, mas dependendo da posição que nos encontramos fica difícil não prejudicarmos alguém que nem conhecemos. Assim a caridade é o único meio de podermos nos libertar desse carma que carregamos pela nossa ignorância e desconhecimento. Agora quanto mais sabemos mais nos tornamos responsáveis e por isso dizem que o deficiente vira anjo, mas na verdade está apenas purificando o seu períspirito que violentou com atos brutais e desumanos.
        Assim o Livro “Vale do Espíritas” tem seu titulo erroneamente grafado, pois seria mais coerentes chamá-lo de “Vale dos religiosos” ou da soberba e não especificamente para uma religião apenas, pois esse erro é comum a todos e os únicos que compram livros distinto que não a Bíblia, são os espíritas e alguns espiritualistas. Assim para mim se trata mais de uma venda manipulada que uma orientação de apoio ao povo em si e um livro caro pela crise que estamos passando.Além de dar a falsa noção de um Deus vingativo e “punidor” que temos que abolir da nossa educação, mas percebermos que a educação precisa de uma punição, ie, de uma consequência pelo erro cometido. Assim é a lei, se cometer o ilícito será punido com a privação de liberdade. Essa é a consequência para quem comete erros sociais e é o mesmo com o aluno ou filho, mas algo que ele não deseje perder e não dar suspensão que permitirá a ele jogar bola, ir ao cinema em suma matar aula.

        É assim que Deus age lhe tira o que mais deseja e assim se aprende uma lição. Um religioso onde não terá plateia não terá ninguém que o ouça ou que ele possa ser o pseudo importante que a soberba que ele imaginou, até que reflita o assunto e humildemente peça perdão às leis naturais ou às leis de Deus. E só com a reforma intima isso é possível. Ninguém nasceu para sofrer, mas para aprender a amar.