quinta-feira, 26 de maio de 2011

Esta é uma tentativa de explicar algo que por estar tão visível ninguém enxerga

Estava legendando o Filme Falcão Maltês. Na verdade passando do português-português, para o português-brasileiro. Como falamos distintamente do país que nos deu a língua nem sempre o texto fica claro, assim me valho do texto em inglês para dirimir dúvida, ou o espanhol que também auxilia na interpretação.
O Falcão Maltês é uma alegoria estórica para dar enredo à trama. Trata-se de uma estatua de Ouro, incrustada de pedras preciosas que foi esmaltada de negro para não chamar a atenção do seu real valor.
A certa altura do texto a frase dita em português foi essa:

...para que parecesse uma estatueta
negra razoavelmente interessante.

Na tradução do inglês ficou assim:

... de modo que parecesse nada mais,
que uma estatueta negra bastante interessante.


No que acredito ficar mais dentro do sentido pretendido na tradução brasileira:

... de modo que parecesse nada além,
que uma estatueta negra bastante interessante.

Em relação a uma estatueta de ouro a frase de Portugal faria com que ela fosse tão interessante quanto a esmaltada. Já a tradução do inglês o termo mais mantém de certa forma a mesma importância do disfarce ao original. Assim o termo além favorece mais para que a sutileza seja compreendida em sua dimensão realista do objetivo.
São dois advérbios, um de quantidade outro de lugar, mas a definição gramatical no caso não é relevante.
A sutileza exposta fala ao intimo da pessoa em uma interpretação automática. Quando não estamos raciocinando friamente, colocamos nossa mente no automático, falamos do que temos no nosso inconsciente, ou no coração, falamos como somos sem o polimento da educação diplomática, não a escolar.
Assim as palavras expressão aquilo que sentimos e não o que elas são. A neurolingüística aborda isso. Ela tenta alterar o sentimento pela nova palavra, mas se não pudermos encontrar o sentimento dessa palavra ela continua a ser definida no sentimento anterior, assim passa a ser um sinônimo e não uma variável da gradação de um sentimento ou emoção.
A questão mais popular desta variação é entendi, mas não compreendi. Posso ter raciocinado e entendido a questão, mas não a tornei minha, onde posso compreender e modificar suas variáveis gerando novas transformações e evoluções. Esta é a diferença em ter aprendido uma lição ou apenas ter observado ou decorado.
As experiências é o que nos dá a vivência e nos transformam a alma. Muitas vezes esse choque é feito de forma violenta, pela própria necessidade de percebermos que já nos encontramos maduros para compreendê-las com precisão.
Por que isso acontece. Por que a necessidade do choque do bruto para percebermos o que temos que aprender da vida e mudar mos o comportamento ou o hábito e nos tornamos novos deixando o passado enterrado na história.
Buda fala que a verdade se encontra no equilíbrio. Assim quando estamos equilibrados estamos sãos.
Quando estamos com saúde, estamos equilibrados, só quando dói alguma coisa é que percebemos que aquela parte do corpo precisa de maior cuidado ou uma menos atividade em suas funções naturais. Digamos uma gastrite, assim um regime alimentar sem gordura ou fritura. Cuidado. Este é um alerta do corpo que devemos ouvir e modificar a forma como nos utilizamos do nosso veículo corpóreo.
A mesma coisa é a nossa mente. Sempre a olhamos de uma forma física. Com sua massa cinzenta e branca. Mas estou falando do universo mental. O que é um universo mental? È o que transita dentro do seu cérebro. Ele é individual. Um universo próprio. Onde esse mundo imaginário mental interage com o mundo externo nem sempre tão realista quanto gostaríamos que fosse sua semelhança ao nosso universo mental.
Quando esse universo mental está em equilíbrio, estamos felizes alegres, harmônicos e assim plenos. Mas como o objetivo é aprendermos, isto é, modificarmos o que somos o que sentimos, pois somos o que sentimos. Vamos concluindo ao longo do caminho e assim o nosso equilíbrio mental começa a desarmonizar, pois ele requer uma mudança de hábito ou de conduta. Como não temos um parâmetro como a dor para nos alertar que a harmonia esta desfeita, só um “drama” pessoal nos força a modificarmos a atitude.
Assim caminhamos com uma premissa no automático sem darmos conta que esta premissa já foi ultrapassada e ainda não notamos. Seria o mesmo que a traição matrimonial. Sempre o parceiro é o último a saber. Mas os sinais se evidenciam ao longo do caminho e quando já está escancarado é que o vemos. Não queremos quebrar a nossa harmonia interna e isso nos faz frágeis em relação a realidade de inter-relacionamentos que nos rodeia.
O nosso Universo mental deve sempre estar em equilíbrio e sem premissas futuras, pois a minha felicidade esta no meu equilíbrio presente e não futuro. Ter esse equilíbrio não é estar fixo dentro de premissas, mas volátil a compreendera verdade. Isso não quer dizer que como temos a possibilidade de roubarmos devemos aceitar que roubemos e sejamos roubados. Isso não é justiça, apenas infantilidade evolutiva.
Devemos saber que podemos ser assaltados, mas devemos evitar corremos riscos desnecessários.  Ou que temos a possibilidade de assaltar além, principalmente o governo como muito político faz, mas devemos compreender que não devemos, pois estaremos prejudicando alguém que poderia ser salvo na fila de espera do SUS.
Para podermos viver na realidade material externa com o nosso universo mental sempre equilibrado ele deve estar livre de amarras de conceitos e assim sem preconceito, mas vigilante. Isto é, Orai e vigiai.

sábado, 14 de maio de 2011

Uma Ode a Nossa Senhora da Imaculada Conceição

Não sou Católico, mas a sua cultura esta impregnada em mim como em toda a sociedade ocidental, assim fazer a referência a alguém que amo muito e que tem um carinho muito especial por mim, não é relevante a religião que lhe dá o nome, mas o sentimento que é gerado por esse meu privilégio de tê-la como a guardiã da minha alma.
Na Umbanda ela é conhecida como Iemanjá. Eu acredito que talvez ela se chame Elizabeth, mas nunca me confirmou isso.
Pessoalmente e pela lógica genética não posso compreender que Jesus possa ter sido fruto do Espírito Santo, pois a tradução dele seria a mediunidade, assim deveria haver uma concepção de 23 genes masculinos introduzindo seu material masculino no ovo feminino de Maria.
Mas Maria mesmo assim continua Imaculada.
Considero o pecado original a nossa necessidade de sobrevivência, onde a agressividade no desbravamento das dificuldades nos torna imponderado pela dimensão proporcional que ela nos leva a exercer dentro do obstáculo que temos que superar. Como somos seres que aprendemos com os erros, quando uma dificuldade nova se apresenta à nossa frente, o medo nos faz utilizarmos toda a nossa força e determinação para superarmos a barreira, como é desconhecida e nossa imaginação pode nos pregar peças valorizando mais a dificuldade do que ela realmente é, surgem o orgulho da vitória e o poder da pseudo-superioridade sobre o inferior assim surgem o egoísmo, a opressão e a liderança. Toda liderança leva a se ter maior responsabilidade, pois é a expressão do poder e isso gerar o melhor ou pior para os que se submetem.
Jesus como um espírito muito iluminado, que o termo Filho de Deus dizia mais da conotação do desenvolvimento divino do mestre, para que um feto como ele não sofresse dentro de um útero feminino, por um período relativamente longo para a carne, de 9 meses. A mulher que estivesse mais apta em recebê-lo seria a que estivesse menos ligada aos princípios primitivos de sobrevivência e mais voltada aos princípios divinos que é uma característica do espírito e não da carne.
Assim Maria era na época o melhor espírito encarnado na Terra com a possibilidade de receber Jesus em seu ventre.
Como atualmente sabemos que as dúvidas femininas, a ansiedade, as incertezas afetam o feto, desta forma o equilíbrio e a compreensão de sua responsabilidade para poder receber o espírito de Jesus. ISTO A TORNA IMACULADA, pois é o espírito que é imaculado criado por Deus e não a carne que é gerada pelo homem.
Como disse este ser supremo me acompanha e assim sou um privilegiado de possuir uma pessoa tão maravilhosa brilhando constantemente em meu ser ou para o meu ser. Não possuo vidência, mas a sinto como uma luz que inunda meu ser e pela minha ignorância sobre esses fatos da vida só pude conhecê-la com alguma precisão apenas depois de muito viver e observar como os universos físicos e espirituais interagem.
Adoraria ter a capacidade de poder mostrá-la em palavra toda a sua beleza, mas infelizmente não tenho essa capacidade, por me encontrar ainda muito aquém da sua beleza. Por esse motivo sou um privilegiado que mesmo tendo muita coisa para aprender recebe este presente iluminado de Deus.
Obviamente ela não é a Maria de Jesus, mas alguém que abraçou o amor de Maria pela sua prole, pela humanidade. Só posso humilhar pela dádiva divina que me foi dada e tentar aprender a ser mais humilde dentro do meu caminho.
Por isso peço perdão por não ter a capacidade de mostrar em palavras a sua beleza e a bondade de ter uma mãe me protegendo pelos caminhos da vida.
Hoje resolvi falar dela, para ver se poderia aprender mais sobre ela, mas sou duplamente privilegiado por ter também um Oxossi comigo, um índio que viveu como asteca, mas que no século XIX foi um Frei devoto de São Francisco que me acompanha e me sustenta nas minhas dúvidas e nos meus erros que talvez possa contar sobre ele.
Como disse sou um privilegiado, mas também por ter estas belezas comigo, cresce a minha responsabilidade em tentar dar o melhor de mim para a humanidade. Só posso esperar ter a dignidade de ajudá-los na missão que eles têm em exercer aqui.
Que Deus faça cumprir a sua verdade.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

As questões religiosas.

Quero falar de um assunto que é difícil de explicar, pois esta ligada a preceitos pessoais o que dificulta a explicação.
Toda religião esta ligada a isso, aos preceitos pessoais do indivíduo. Cada qual tem a sua verdade e aos fatos relevantes da religião que ele melhor se adapte a essas verdades relativas. São relativas por que somos muito distintos um do outro e assim como as frases são de uma amplitude enorme em relação a fatos da vida, não podemos nunca radicalizar um interpretação, pois a gama de fatos que aquela frase, citação, profecia, parábola, explanação se refere pode e deve se valer para fatos distintos e diferentes.
Vejamos uma coisa simples e complexa ao mesmo tempo. Para os cristão Deus é Deus, para os judeus é Javé ou Yahweh ou Jeová é o seu  Deus, já para os muçulmanos Alah é o Senhor, e para os Hindus Brahma é a sua expressão, apesar que ela só se completa com a sua trindade, no Budismo não temos um Deus, mas um estado de espírito que pode ser encarado como Deus, o Nirvana a sensação de completo onde o tudo e o nada sobrevivem sem conflito.
Assim se pegarmos as definições dada a cada um por cada religião, veremos que são interpretações e não uma descrição realística desse ser Supremo. Por quê? Porque quem o descreve é o sentimento e não os sentidos físicos que podem mensurá-los. Assim se eu for capaz de descrever o que acredito ser Deus, ele é o “meu” Deus e não o Deus em si. Assim quando radicalizo qualquer questão religiosa estou apenas favorecendo o meu interesse pessoal, seja em arregimentar mais adeptos ao que acredita ou apenas para manter as doações em alto nível para poder expandir a sua difusão.
Vejam um exemplo que estava lendo na Veja sobre religião e no caso as Cruzadas. Nós do ocidente fomos bombardeados com o grande homem que foi Ricardo Coração de Leão, o justo, humano rei inglês que morreu nas cruzadas que confrontou Saladino, rei muçulmano que tem alto conceito entre seus patriotas como sereno e humilde, quando na realidade, foram tão sanguinários quanto qualquer outro guerreiro da idade média. Foram o que era aceito na época e hoje podemos olhar sem parcialidades o que foram e não o que imaginamos o que foram. Em guerras recentes temos ainda a mesma conotação dos acontecimentos de outros períodos da história. Quer dizer, a Guerra sempre será um meio mais fácil de conseguir transformar uma população no animal mais sórdido da sociedade.
Buda fala que se você encontrar o Buda em seu vizinho mate-o. Para qualquer radical isso quer dizer que tenho que sair matando os meus vizinhos, pois existe o risco dele se transformar em um Buda. Tudo vale pela interpretação, quer dizer, “se minha mulher me pegar com a outra na cama com meia, eu explico.” Justificar o ilícito ou o interesse sempre será capaz de se fazer, vai do meu bom senso saber diferenciá-lo da realidade. São os falsos profetas que os cristãos falam, ou melhor, que o Cristo falou. Será que é importante como Jesus morreu ou o que ele veio ensinar?
Buda enquanto Sidarta vivia em um aquário onde tudo era maravilhoso. Foi o sofrimento alheio, que o fez desenvolver a religião hoje difundida. Isso é amor ao próximo.
Os Hindus têm a sua trindade onde Brahma é a força criadora, Vishnu o preservador e Shiva o destruidor. Eles descrevem os Deuses pela visão terrena dos fatos que aqui ocorrem e como é uma expressão de Deus a natureza estamos falando de uma só pessoa e assim a realidade de destruição para a renovação e assim a criação e a preservação futura das conquistas. Isso é harmonia e harmonia é amor.
Para os Judeus e os Muçulmanos todos nós somos filhos de Abraão, quer dizer somos todos irmãos em um ancestral comum. Isso é família e assim amor.
Jesus vem e diz: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
Todas as religiões pregam o amor, nunca o ódio ou a disputa ou a contenta. Um tanto contraditório quando relacionamos a Torah ou a Bíblia ao que esta escrito acima.
Podemos fazer uma correlação com a constituição brasileira. Logo de saída ela fala que todos os brasileiros são iguais perante a lei, mas tivemos um monte de escândalos recentemente e ninguém foi preso ou obrigado a devolver o dinheiro público dos impostos que é um bem comum da população brasileira, para que pudéssemos ter saúde, educação, trabalho e segurança digna de primeiro mundo, mas nos deixaram sustentando famílias inteiras de políticos e não pelo salário, mas pelas mordomias ou leis obscuras que os favorecem ou apenas ilícitos fiscais que tanto o TCU e o Ministério Público  tentam combater sem nenhum sucesso com os poderosos da nação. Isso quer dizer interesse e todo interesse é político, nunca religioso.
A religião é um meio do homem se autoconhecer e crer em um futuro mais feliz e se consolar das dificuldades da vida e das magoas que advêm viver. A religião é amor. É amor ao ser humano. É o quinhâo de esperança para que um segundo da eternidade possa se suportado pela felicidade de ser feliz e completo em um futuro.
A religião é um grande consolador, mas virou um meio de se desenvolver os interesses dos homens e assim virou política, tanto que o Vaticano é um Estado e não uma igreja ou um bairro de Roma. São dois parâmetros distintos e que convivem juntos. O racional e o sentimental. Temos que aprender a lidar com eles, pois eles, somos nós e nós somos a população terrena em uma nave chamada Terra que viaja pelo universo sem sabermos quando essa nave precisa de manutenção, ou quando o combustível irá acabar ou se um simples terremoto é a dor que lhe imprimimos ou apenas um mal estar passageiro da nossa nave reorganizando a sua digestão ou seus sentimentos em brasa no centro de seu núcleo.
Somos interdependentes, pois precisamos do outro para sobreviver, seja apenas para nos alimentarmos ou apenas para conseguirmos ler esse texto e termos uma opinião sobre ele. Assim aprendermos a conviver com o outro é o que estamos aprendendo a fazer aqui, e para tanto temos muito que aprender sobre nós mesmo para que possamos compreender por que o outro se irritou.
Tem uma piada Sufi onde Nasrudin atende o povo da região dando remédio aos seus males. Uma mãe preocupada vem a ele e conta seu drama com o filho. Ele medita e pede para a mulher voltar no dia seguinte. Quando ela retorna, ele manda que de ao filho duas colheres de açúcar. Ela estranha tal remédio e por que voltar depois? Ele explica: como poderia pedir ao seu filho tomar duas colheres de açúcar se eu não sabia se poderia fazê-lo!
Para que eu possa julgar ou entender o próximo, preciso vestir os seus sapatos, isto é, estar exatamente na mesma situação que ele ou já a ter passado. Para poder ajudá-lo, nunca recriminá-lo. Assim não posso ser radical, visto que todos erram e nós talvez já tenhamos feito exatamente o que estamos recriminando no próximo.
Então aprenda sobre si e não deseje transformar ninguém, pois cada um tem a sua responsabilidade consigo mesmo.