quarta-feira, 11 de maio de 2011

As questões religiosas.

Quero falar de um assunto que é difícil de explicar, pois esta ligada a preceitos pessoais o que dificulta a explicação.
Toda religião esta ligada a isso, aos preceitos pessoais do indivíduo. Cada qual tem a sua verdade e aos fatos relevantes da religião que ele melhor se adapte a essas verdades relativas. São relativas por que somos muito distintos um do outro e assim como as frases são de uma amplitude enorme em relação a fatos da vida, não podemos nunca radicalizar um interpretação, pois a gama de fatos que aquela frase, citação, profecia, parábola, explanação se refere pode e deve se valer para fatos distintos e diferentes.
Vejamos uma coisa simples e complexa ao mesmo tempo. Para os cristão Deus é Deus, para os judeus é Javé ou Yahweh ou Jeová é o seu  Deus, já para os muçulmanos Alah é o Senhor, e para os Hindus Brahma é a sua expressão, apesar que ela só se completa com a sua trindade, no Budismo não temos um Deus, mas um estado de espírito que pode ser encarado como Deus, o Nirvana a sensação de completo onde o tudo e o nada sobrevivem sem conflito.
Assim se pegarmos as definições dada a cada um por cada religião, veremos que são interpretações e não uma descrição realística desse ser Supremo. Por quê? Porque quem o descreve é o sentimento e não os sentidos físicos que podem mensurá-los. Assim se eu for capaz de descrever o que acredito ser Deus, ele é o “meu” Deus e não o Deus em si. Assim quando radicalizo qualquer questão religiosa estou apenas favorecendo o meu interesse pessoal, seja em arregimentar mais adeptos ao que acredita ou apenas para manter as doações em alto nível para poder expandir a sua difusão.
Vejam um exemplo que estava lendo na Veja sobre religião e no caso as Cruzadas. Nós do ocidente fomos bombardeados com o grande homem que foi Ricardo Coração de Leão, o justo, humano rei inglês que morreu nas cruzadas que confrontou Saladino, rei muçulmano que tem alto conceito entre seus patriotas como sereno e humilde, quando na realidade, foram tão sanguinários quanto qualquer outro guerreiro da idade média. Foram o que era aceito na época e hoje podemos olhar sem parcialidades o que foram e não o que imaginamos o que foram. Em guerras recentes temos ainda a mesma conotação dos acontecimentos de outros períodos da história. Quer dizer, a Guerra sempre será um meio mais fácil de conseguir transformar uma população no animal mais sórdido da sociedade.
Buda fala que se você encontrar o Buda em seu vizinho mate-o. Para qualquer radical isso quer dizer que tenho que sair matando os meus vizinhos, pois existe o risco dele se transformar em um Buda. Tudo vale pela interpretação, quer dizer, “se minha mulher me pegar com a outra na cama com meia, eu explico.” Justificar o ilícito ou o interesse sempre será capaz de se fazer, vai do meu bom senso saber diferenciá-lo da realidade. São os falsos profetas que os cristãos falam, ou melhor, que o Cristo falou. Será que é importante como Jesus morreu ou o que ele veio ensinar?
Buda enquanto Sidarta vivia em um aquário onde tudo era maravilhoso. Foi o sofrimento alheio, que o fez desenvolver a religião hoje difundida. Isso é amor ao próximo.
Os Hindus têm a sua trindade onde Brahma é a força criadora, Vishnu o preservador e Shiva o destruidor. Eles descrevem os Deuses pela visão terrena dos fatos que aqui ocorrem e como é uma expressão de Deus a natureza estamos falando de uma só pessoa e assim a realidade de destruição para a renovação e assim a criação e a preservação futura das conquistas. Isso é harmonia e harmonia é amor.
Para os Judeus e os Muçulmanos todos nós somos filhos de Abraão, quer dizer somos todos irmãos em um ancestral comum. Isso é família e assim amor.
Jesus vem e diz: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
Todas as religiões pregam o amor, nunca o ódio ou a disputa ou a contenta. Um tanto contraditório quando relacionamos a Torah ou a Bíblia ao que esta escrito acima.
Podemos fazer uma correlação com a constituição brasileira. Logo de saída ela fala que todos os brasileiros são iguais perante a lei, mas tivemos um monte de escândalos recentemente e ninguém foi preso ou obrigado a devolver o dinheiro público dos impostos que é um bem comum da população brasileira, para que pudéssemos ter saúde, educação, trabalho e segurança digna de primeiro mundo, mas nos deixaram sustentando famílias inteiras de políticos e não pelo salário, mas pelas mordomias ou leis obscuras que os favorecem ou apenas ilícitos fiscais que tanto o TCU e o Ministério Público  tentam combater sem nenhum sucesso com os poderosos da nação. Isso quer dizer interesse e todo interesse é político, nunca religioso.
A religião é um meio do homem se autoconhecer e crer em um futuro mais feliz e se consolar das dificuldades da vida e das magoas que advêm viver. A religião é amor. É amor ao ser humano. É o quinhâo de esperança para que um segundo da eternidade possa se suportado pela felicidade de ser feliz e completo em um futuro.
A religião é um grande consolador, mas virou um meio de se desenvolver os interesses dos homens e assim virou política, tanto que o Vaticano é um Estado e não uma igreja ou um bairro de Roma. São dois parâmetros distintos e que convivem juntos. O racional e o sentimental. Temos que aprender a lidar com eles, pois eles, somos nós e nós somos a população terrena em uma nave chamada Terra que viaja pelo universo sem sabermos quando essa nave precisa de manutenção, ou quando o combustível irá acabar ou se um simples terremoto é a dor que lhe imprimimos ou apenas um mal estar passageiro da nossa nave reorganizando a sua digestão ou seus sentimentos em brasa no centro de seu núcleo.
Somos interdependentes, pois precisamos do outro para sobreviver, seja apenas para nos alimentarmos ou apenas para conseguirmos ler esse texto e termos uma opinião sobre ele. Assim aprendermos a conviver com o outro é o que estamos aprendendo a fazer aqui, e para tanto temos muito que aprender sobre nós mesmo para que possamos compreender por que o outro se irritou.
Tem uma piada Sufi onde Nasrudin atende o povo da região dando remédio aos seus males. Uma mãe preocupada vem a ele e conta seu drama com o filho. Ele medita e pede para a mulher voltar no dia seguinte. Quando ela retorna, ele manda que de ao filho duas colheres de açúcar. Ela estranha tal remédio e por que voltar depois? Ele explica: como poderia pedir ao seu filho tomar duas colheres de açúcar se eu não sabia se poderia fazê-lo!
Para que eu possa julgar ou entender o próximo, preciso vestir os seus sapatos, isto é, estar exatamente na mesma situação que ele ou já a ter passado. Para poder ajudá-lo, nunca recriminá-lo. Assim não posso ser radical, visto que todos erram e nós talvez já tenhamos feito exatamente o que estamos recriminando no próximo.
Então aprenda sobre si e não deseje transformar ninguém, pois cada um tem a sua responsabilidade consigo mesmo.

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