Recentemente
estive tentando explicar como o instinto funciona. Não é algo tão simples
entendê-lo, mais por que somos os principais envolvidos em suas amarras de
defesa e assim demonstrar a nossa incapacidade em nos observar com
discernimento e objetividade.
O
instinto é algo que se apresenta em uma mera ameba como em um ser humano ou
outro mamífero como réptil ou mesmo em uma planta. Essa forma de ser foi
desenvolvida nos seres terrenos para que pudessem ter chance de sobreviver em
uma paisagem hostil e assim crescer e poder gerar descendência para perpetuar a
espécie e fazê-la progredir em seu desenvolvimento.
Bem
o homo sapiens é atualmente o ser animado mais culto ou capaz no orbe terreno,
podendo ou tendo a capacidade de criar e desenvolver com as matérias existentes
no planeta.
Se
analisarmos friamente o homo sapiens é o ser mais frágil da cadeia animal, pois
seu sistema de força bruta ou de audição, ou visual deixa a desejar em relação
a outros animais e sua capacidade de sobrevivência em regiões áridas sempre
necessitam de adaptações o que animais podem viver livres dentro daquela
aridez, como um urso polar, ou lobos de neve, ou mesmo calangos do deserto.
O
grande sistema de defesa do homem é o cérebro. Através dele podemos nos
comunicar, atender aos ditames da sobrevivência nos agasalhando, protegendo em
cavernas ou construindo habitações que possam atender à nossas necessidades de
proteção.
Assim
com o cérebro como a melhor e mais poderosa ferramenta da nossa sobrevivência é
que nos permite suplantarmos o instinto primitivo encontrando a melhor relação
custo beneficio para cada ação instintiva.
O
instinto funciona como uma segunda inteligência, pois ela é mais rápida e tem
como único objetivo nos fazer sobreviver e nos salvar das dificuldades, sejam
ela psicológicas ou físicas.
Vamos
imaginar que um ser humano está vivendo em uma região gelada e está com frio.
Inicialmente ele migra para lá pela curiosidade. Procurar o melhor.
Obviamente
quando ele se depara com a área gelada e não possui proteção adequada para ali
ficar, ele retorna a lugares mais quentes. Depois de anos ou séculos sem
avançar alguém dessa tribo ou lugar percebe que alguns animais podem entrar ou
sair dela sem a menor dificuldade. Primeiro, com toda a certeza, vão pensar que
são mágicos ou muito melhores que o homem. Como ainda não sabem falar não sabem
pensar articulado, mas pensam como, digamos, um cachorro que percebe o que você
deseja e quando realiza, ganha um mimo ou um doce, e quando tem oportunidade e
deseja o doce realiza a façanha para pedir o seu desejo.
O
cérebro é uma máquina maravilhosa e como ele está montado nos proporcionou estarmos
onde nos encontramos na evolução como homens.
Voltando
ao homem e o frio. Essa elaboração faz com que questione o que faz com que o
animal em questão possa entrar e sair da região gelada sem ser afetado pelo
frio. Em algum momento de sua conjectura de experimentação ele percebe que a
pele é o elo que o pode fazer suportar o frio. Com isso até descobrir como
curtir o couro e a pele leva outra eternidade fazendo com que morram tentando
por infecção e outras doenças, mas em algum momento conseguem descobrir a forma
de lidar com a pele, seja por experiências ou por comunicações de pajés.
Com
isso podemos perceber que o instinto primário é imediatista e não sábio. O que
o torna sábio? A vida. E honestamente no exemplo que dei, o indivíduo que
descobriu que a pele seria o meio de desbravar as regiões geladas, nunca chegou
a desvendar o mistério, por que morreu de infecção ou de outra doença e só
depois de milênios que conseguiram avança com a preservação e neutralização da
pele sobre doenças.
Se
ele for um robô materialista, com toda certeza nada significará, mas se formos
robôs e temos esse objetivo de progresso, alguém se beneficia e pré-existe,
pois poderá direcionar esses robôs, que somos nós, para que ele possa ter o seu
paraíso colocado aqui na Terra e construídos por meros autômatos controlados
por ele ou eles já que para alguns eram os deuses astronautas ou aliens, isso
só viabiliza a existência de um ou mais deuses, que no plural competiriam entre
si, criando o caos e a destruição contumaz.
Deixar
para gerações futuras esse benefício o que faz tanto sentido como um diretor de
empresa multinacional doar sua fortuna para a caridade no inicio de sua
carreira e se tornar um mero morador de rua. Somos egoístas, visamos o nosso
bem mesmo quando se fala em deixar para a nossa prole, é mais o instinto
paterno ou maternal agindo que algo efetivamente de doação ou necessidade da
nossa prole como uma realidade de sentimentos.
Se
imaginarmos que aquele mesmo homem que descobriu a pele como meio de
sobrevivência ao frio, volte novamente à terra em nova encarnação e descobre o
meio de curtir o couro e a pele, é o complemento de seu triunfo e de conduzir o
progresso com a sua dádiva, senão para o mundo, pelo seu egoísmo, ao menos pela
sua curiosidade de se aventurar na neve e descobrir outras qualidades
desconhecia naquela altura da sua vida.
È
assim que o instinto se modifica e se transforma. Como disse o instinto é
imediatista, vou dar um exemplo que ainda hoje se usa e sua evolução ainda
deixa a desejar no ser humano. O assassinato.
Quando
temos um problema, este nos causa dor. Tinha uma fábula da minha infância em um
leão pisou em um espinho e urrava de dor, quando um macaquinho (creio que era
macaco, não recordo) se aproxima e percebendo o choro do leão retirar o espinho
da para do Rei da Floresta. Este grato o protege de seus desafetos e dos que o
desejam jantar. Talvez o leão com sua boca pudesse “eliminar” o problema
arrancando com seus dentes, o que seria mais natural.
O
que quis mostrar com essa historinha foi mostrar o imediatismos. O primeiro
pensamento do leão seria ELIMINAR O PROBLEMA e eliminá-lo implicaria em retirar
o espinho.
O
mesmo acontece ainda hoje com a pessoa que nos incomoda seja um mero torcedor de
um time adversário, ou um prefeito que sabe muito e não deseja compactuar com o
enriquecimento ilícito da corrupção, a aceitando apenas para atingir o poder e
implantar a sua filosofia.
Esse
é o primitivismo do instinto a eliminação do problema. Se pudermos identificar
o problema o eliminamos da forma que for possível para nós. Assim um mesmo
problema pode ter inúmeros meios de solução dependendo da pessoa que esta para
resolvê-lo.
Um
troglodita, com toda a certeza, sentaria o porrete em seu oponente imediatamente.
Se o oponente por outras experiências previsse a reação do oponente,
imediatamente se defenderia atacando. Isso geraria experiência para ambos. Se
pensarmos que somos reencarnacionistas, poderíamos explicar a antecipação da
reação de defesa, como também a própria evolução do homem, afinal todos nós
ainda estaríamos dando porretada na cabeça do nosso vizinho, pois não conseguiríamos
aprender nada, pois a cada porretada teríamos um cérebro desfacelado que não
poderia contar nenhuma história, já que ninguém sabia falar e o infeliz que a
recebeu morreu e desapareceu.
Eliminar
o problema é o que o instinto propõe, mas é a evolução, o conhecimento e a compreensão
humana que permite que não nos assassinamos uns aos outros, pois vamos
descobrindo novas formas de lidar com o problema e podemos controlar a
ansiedade de solucionar o problema com rapidez.
Quando
Jesus propõe a humildade é uma meio de podermos com singeleza descobrirmos a
melhor forma de solucionarmos um problema que nos aflige e aprender com as
tentativas e descobrir a mais eficiente. Com isso também necessitamos de
paciência, pois como sempre vamos errar, temos que dar tempo ao tempo para que
o nosso cérebro encontre a resposta correta para a situação.
Para
que possamos ter a resposta mais humana e não a mais poderosa, precisamos
desenvolver os sentimentos de compaixão, misericórdia, perdão e aceitar que
somos falíveis eliminando a soberba e prepotência de nosso saber, pois elas
evitam que possamos ver o outro lado que a pessoa está nos mostrando apesar da
sua ignorância e que nossa soberba não nos permite ver a solução mais satisfatória
para a situação.
Temos
que conseguir compreender quais são os sentimentos que devemos desenvolver para
podermos gerar as melhores situações para solucionarmos a nossa vida. Falar em amor, é falar de todo evangelho e
para se lapidar uma pedra se inicia com um pequeno fragmento que vai dando
forma aos poucos ao todo.
Assim
a compaixão é o melhor caminho para se chegar ao todo que é o amor. A compaixão
se baseia em perdão, compreensão do outro e fé que o outro irá superar a sua
ignorância. Outro muito bom é a paciência. Ter paciência é compreender que
precisamos aprender e não somos perfeitos e muito menos que sabemos tudo, isto
é sermos humildes.
A
humildade é um grande aliado no nosso caminho, pois ela nos indica que estamos
aptos a aprender. Ser humilde não é necessariamente nos humilharmos. Humilhação
é vergonha, por sermos menor ou estarmos aquém daquela situação onde ser
humilde é exatamente o contrário, pois podemos nos colocar em uma posição muito
mais simples e observarmos toda a banalidade que acontece a nossa volta. Mas a
humildade é algo que se pode sentir e para tal coisa precisa-se apenas senti-la
e crer nela com isso você aos poucos e ao longo do tempo de vida vai
solidificando esse sentimento em seu ser. Apenas o valorizando. Sabendo que é o
melhor caminho para compreender o mundo e as pessoas que nele habitam.
Talvez
a humildade seja o principal atributo para que se possa descobrir todas as
outras núncias que tem o amor em seus amplos detalhes.
São
Paulo ou Paulo de Tarso coloca como virtudes importantes a Fé, a Humildade e a
Caridade, sendo dentre elas a Caridade a mais importante. A Fé é o que nos dará
a certeza que a morte é apenas a travessia para um novo estado e que tudo que
está acontecendo em nossas vidas é para nosso aprendizado e nosso
desenvolvimento, mesmo para uma simples limpeza de nosso perispírito. A
humildade é o que nos dará a oportunidade de descobrir a vontade de Deus que
são na realidade suas leis e não seu desejo mórbido de nos fazer submeter. A
caridade é a maior delas, pois fará com que nossos irmãos possam através da
nossa experiência e compreensão sofrerem menos, compreendendo antecipadamente
pelo ensino das dificuldades que podem experimentar na vida e sair dela, conquistando
uma melhor prosperidade para sua vida, seja ela material ou psicológica ou
mesmo divina, se assim podemos dividi-las.
Com
tudo isso, podemos definir que o instinto é o que nos mantêm vivos e é o
responsável pela nossa compreensão e a geração de nossa inteligência. O
instinto por ser imediatista deve ser trabalhado, para que se possa modificá-lo
não em sua ativação e reação, pois isso é definido pela carne, mas pela nossa
inteligência, observando seus resultados e o adaptando até solucionar o
problema presente. Isso vai gerando emoções e sentimentos que podem ser melhor
apreciado pela Fé, Humildade e Caridade o que acaba gerando, em seu desenvolvimento,
o verdadeiro sentimento chamado amor e assim se atingir a verdadeira
felicidade. Como disse a paciência é uma grande virtude, pois a plena
felicidade pode levar milênios para ser conquistada aqui na Terra, mas que pode
demorar apenas uma vida se acabarmos superando nossa animalidade e migrarmos
para uma reencarnação em um planeta mais evoluído onde a felicidade pode ser
sentida por todos que lá habitam.
Assim
a grande mudança para nós é mudarmos a nós mesmos e essa mudança é intima e só
nós a podemos fazer com inteligência, perseverança e muita humildade, mas
sempre com fé.
ADENDO: Não estou afirmando que a velhice ou a terceira idade é a resposta para se conhecer o amor, mas ajuda a fazermos um balanço da vida e dos sentimentos, pois não somos mais escravos dos hormônios que nos obrigam a agir feito um descontrolado. O que desejo é apenas demonstrar que amor não é paixão e paixão e desejo não são amor. Amor é algo muito maior e mais complexo que mero desejo ou tesão. Como não há ainda na Terra, um meio visual de demonstrar o amor, ao menos na minha concepção, espero que essas imagem possibilitem divagarem e encontrarem um sentimento mais suave, sereno, doador e pleno por toda a humanidade.
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