quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O Amor e o Instinto





       A velhice ou nos tornarmos idosos permite ter tempo de pensarmos na vida e no que realizamos ao longo dela, não importando se foi bom ou mal, mas onde erramos e onde acertamos para o melhor de nossa evolução.
        Bom posso dizer que errei bem em muitos aspectos, mas um me chamou sempre a atenção. O amor. O fato para mim estranho foi que apenas e unicamente me apaixonei por uma única pessoa e pude viver por um tempo essa paixão. Tive muitas outras mulheres que se apaixonaram por mim, mas mesmo assim, não consegui sentir algo relevante por elas. Não que elas não tivessem qualidades, mas elas não eram o meu objetivo de vida.
        Objetivo de vida? Soa um pouco estranho, não?
        Bem na verdade temos objetivo de vida sim e a companheira(o) faz parte dele.
        Esses objetivos são muito mais psicológicos que algo material, mesmo que envolva a profissão, mas é o aprendizado em lidar com o mercado de trabalho, como também lidar com o mundo político que ele gera, não necessariamente dinheiro, mas que seria um objetivo secundário e não principal.
        Pela definição de amor, não filosófica, mas religiosa é realmente executar o evangelho sem pensar ou limitar sua vontade ou desejo. O que honestamente não creio que alguém na Terra tenha atingido tal nível com exceção de Jesus que o ditou. Assim então seria pedir muito ou em demasia a nós que aqui estamos ainda tentando aprender a amar. Chegar ao fim sem passar pelas etapas necessárias para atingir seu final seria apenas mistificá-lo. Pois se não o sinto, não posso expressá-lo em sua plenitude.
        Como comentei o Paulo de Tarso propõe que a caridade seria o maior sentimento possível na nossa condição, mas a caridade começa com a compaixão e não pela simples doação. A compaixão implica em nos colocarmos de uma forma sutil na condição do outro e assim podermos lhe oferecer uma saída daquilo que está passando, seja financeiro ou psicológico. Mas isso é apenas uma parte do amor.
        Outro aspecto é para algumas pessoas os filhos como um atributo de amor. Pois tem pais que se sacrificam pelo maior bem dos filhos seja psicológico ou financeiro dando-lhes as oportunidades de que necessitam para ter uma vida plena, conforme o seu conceito pessoal. Isso não quer dizer que impor limites e às vezes umas palmadas, não sejam admitidas na criação de uma criança. Na verdade fazer com que tenham tudo o que desejam e aceitar seus erros sem uma reprimenda e uma correção e um pedido de desculpas ao ofendido, só os transformará em crianças mimada que acreditam ter o direito de ter tudo da vida e não ter nenhum dever para com ela. Mas o sentimento de alegria ao ver seu filho(a) atingir sua plenitude adulta com responsabilidade e objetividade além da construção de uma família compensa todas as dores sofridas no meio do caminho.
        Esses sentimentos desprovidos de egoísmos são amor. O egoísmo é o forte inibidor do amor.
        Voltando ao assunto que nos levou a efetuar esse texto. O amor e o instinto.
        Somos animais bípedes que evoluíram do macaco ou do primata do elo perdido e estamos assim continuando a nossa evolução, por isso reencarnamos para podermos reajustar o que aprendemos de forma errada ou modismo de época e para aprimorarmos tudo aquilo que já conseguimos avançar na direção da liberdade espiritual.
Assim vou lembrar dos meus relacionamentos e das minhas frustrações de procurar por algo que a Terra ainda não está capacitada para receber com raríssimas exceções.
Quando me apaixonei, procurava algo que ela tinha, mas eu não conhecia ou tinha os meios de ter no momento e desejava aprender, assim a olhei como amo, pois dela dependia a minha felicidade futura e acreditar que ela poderia ter condições de educar os nossos filhos o que era um sentimento muito forte.
Quando ela me deixou e com razão, pois não atendia as suas necessidades ou aquilo que ela esperava que a ensinasse, eu fiz o dramalhão típico do rejeitado, isso demonstra o meu egoísmo, com isso não a amava, mas queria tirar algo que ela tinha e queria aprender. Puro egoísmo.
Então ao descobrir isso a visão foi ver ou analisar os outros relacionamentos e as dramáticas vinganças perpetradas.
O que me incomodava era, se elas me amavam por que eu não tinha a capacidade de perceber? Por que era a forma egoísta do interesse de amor e não amor de desejo simples do meu bem ou do bem delas, mas o uso seja ele sexual, financeiro ou psicológico.
Uma delas por ter uma criança com deficiência e o ex-marido tê-la deixado por esse motivo, viu em mim um pai que se sacrificava para cuidar da família como uma tábua de salvação para si. Isso implica que ela tenha esse atributo também, mas uma série de fatores psicológicos que fizeram com que se apaixonasse por mim.
Outras viam como um possível sucesso profissional e financeiro, mas ninguém se preocupava com o meu interesse o meu desejo de estar em uma situação estranha na minha seqüência de vida. Gostaria de estar trabalhando em pesquisa sobre instinto e nem eu mesmo sabia disso, por outros motivos que não valem ressaltar aqui.
Assim o que pude entender é que o amor nasce no egoísmo. Na verdade o egoísmo, o que passo a chamar instinto de preservação gera tudo o que somos e somos desta forma por que aprendemos com as várias reencarnações que tivemos e alterando o arco reflexo do sistema com a compreensão da sua dimensão nas dificuldades que apareceram pelo nosso caminho de vida terrena.
O amor também é fruto dele, mas é a nossa compreensão que nos fará entender que podemos mudar o que sentimos e deixarmos de ter emoções pelos aspectos que as visões ou sensações táteis possam nos possibilitar. Ou de outros órgãos do sentido.
Quando tiramos interesse daquilo que estamos sentido e vemos a pessoa como algo grato pelo seu sentimento de amor ou desejo e esquecemos que esse desejo nos quer tirar algo que não é possível ser retirado, como não pode ser suprimido em nós, passamos a ficar mais pertos do amor verdadeiro que estávamos anteriormente e isso é um trabalho se sentimentos em condicionamentos e não apenas de descobrimento, mas o que nos condiciona não é reprimir o que sentimos que consideramos errado, mas a transformação dele em algo melhor e menos egoísta ou orgulhos dentro de nosso ser e alimentarmos esse sentimento sempre que tivermos oportunidade ou condições de fazê-lo penetrar mais fundo em nosso coração e assim passarmos a ser esse sentimento mudando o que éramos e sairmos daqui melhor do que chegamos.
Isso não quer dizer que devemos ser beatos positivistas sem discernimento, mas mantermos o equilíbrio, conhecendo o mal e o bem e sabendo nos defender de quando o mal se aproxima o evitando. Quando não sabemos esse mal se aloja em nosso âmago para que possamos com o tempo compreendê-lo e transformá-lo dentro de nós em algo bom, pois o mal provém de nosso instinto primitivo e ele evolui conforme a nossa compreensão que temos dele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário