A velhice ou nos tornarmos idosos permite
ter tempo de pensarmos na vida e no que realizamos ao longo dela, não
importando se foi bom ou mal, mas onde erramos e onde acertamos para o melhor
de nossa evolução.
Bom
posso dizer que errei bem em muitos aspectos, mas um me chamou sempre a
atenção. O amor. O fato para mim estranho foi que apenas e unicamente me
apaixonei por uma única pessoa e pude viver por um tempo essa paixão. Tive
muitas outras mulheres que se apaixonaram por mim, mas mesmo assim, não
consegui sentir algo relevante por elas. Não que elas não tivessem qualidades,
mas elas não eram o meu objetivo de vida.
Objetivo
de vida? Soa um pouco estranho, não?
Bem
na verdade temos objetivo de vida sim e a companheira(o) faz parte dele.
Esses
objetivos são muito mais psicológicos que algo material, mesmo que envolva a
profissão, mas é o aprendizado em lidar com o mercado de trabalho, como também
lidar com o mundo político que ele gera, não necessariamente dinheiro, mas que seria
um objetivo secundário e não principal.
Pela
definição de amor, não filosófica, mas religiosa é realmente executar o
evangelho sem pensar ou limitar sua vontade ou desejo. O que honestamente não
creio que alguém na Terra tenha atingido tal nível com exceção de Jesus que o
ditou. Assim então seria pedir muito ou em demasia a nós que aqui estamos ainda
tentando aprender a amar. Chegar ao fim sem passar pelas etapas necessárias
para atingir seu final seria apenas mistificá-lo. Pois se não o sinto, não
posso expressá-lo em sua plenitude.
Como
comentei o Paulo de Tarso propõe que a caridade seria o maior sentimento
possível na nossa condição, mas a caridade começa com a compaixão e não pela
simples doação. A compaixão implica em nos colocarmos de uma forma sutil na
condição do outro e assim podermos lhe oferecer uma saída daquilo que está
passando, seja financeiro ou psicológico. Mas isso é apenas uma parte do amor.
Outro
aspecto é para algumas pessoas os filhos como um atributo de amor. Pois tem
pais que se sacrificam pelo maior bem dos filhos seja psicológico ou financeiro
dando-lhes as oportunidades de que necessitam para ter uma vida plena, conforme
o seu conceito pessoal. Isso não quer dizer que impor limites e às vezes umas
palmadas, não sejam admitidas na criação de uma criança. Na verdade fazer com
que tenham tudo o que desejam e aceitar seus erros sem uma reprimenda e uma
correção e um pedido de desculpas ao ofendido, só os transformará em crianças
mimada que acreditam ter o direito de ter tudo da vida e não ter nenhum dever
para com ela. Mas o sentimento de alegria ao ver seu filho(a) atingir sua
plenitude adulta com responsabilidade e objetividade além da construção de uma
família compensa todas as dores sofridas no meio do caminho.
Esses
sentimentos desprovidos de egoísmos são amor. O egoísmo é o forte inibidor do
amor.
Voltando
ao assunto que nos levou a efetuar esse texto. O amor e o instinto.
Somos
animais bípedes que evoluíram do macaco ou do primata do elo perdido e estamos
assim continuando a nossa evolução, por isso reencarnamos para podermos
reajustar o que aprendemos de forma errada ou modismo de época e para
aprimorarmos tudo aquilo que já conseguimos avançar na direção da liberdade
espiritual.
Assim vou lembrar
dos meus relacionamentos e das minhas frustrações de procurar por algo que a
Terra ainda não está capacitada para receber com raríssimas exceções.
Quando me
apaixonei, procurava algo que ela tinha, mas eu não conhecia ou tinha os meios
de ter no momento e desejava aprender, assim a olhei como amo, pois dela
dependia a minha felicidade futura e acreditar que ela poderia ter condições de
educar os nossos filhos o que era um sentimento muito forte.
Quando ela me
deixou e com razão, pois não atendia as suas necessidades ou aquilo que ela
esperava que a ensinasse, eu fiz o dramalhão típico do rejeitado, isso
demonstra o meu egoísmo, com isso não a amava, mas queria tirar algo que ela
tinha e queria aprender. Puro egoísmo.
Então ao descobrir
isso a visão foi ver ou analisar os outros relacionamentos e as dramáticas
vinganças perpetradas.
O que me incomodava
era, se elas me amavam por que eu não tinha a capacidade de perceber? Por que
era a forma egoísta do interesse de amor e não amor de desejo simples do meu
bem ou do bem delas, mas o uso seja ele sexual, financeiro ou psicológico.
Uma delas por ter
uma criança com deficiência e o ex-marido tê-la deixado por esse motivo, viu em
mim um pai que se sacrificava para cuidar da família como uma tábua de salvação
para si. Isso implica que ela tenha esse atributo também, mas uma série de
fatores psicológicos que fizeram com que se apaixonasse por mim.
Outras viam como um
possível sucesso profissional e financeiro, mas ninguém se preocupava com o meu
interesse o meu desejo de estar em uma situação estranha na minha seqüência de
vida. Gostaria de estar trabalhando em pesquisa sobre instinto e nem eu mesmo
sabia disso, por outros motivos que não valem ressaltar aqui.
Assim o que pude
entender é que o amor nasce no egoísmo. Na verdade o egoísmo, o que passo a
chamar instinto de preservação gera tudo o que somos e somos desta forma por
que aprendemos com as várias reencarnações que tivemos e alterando o arco reflexo
do sistema com a compreensão da sua dimensão nas dificuldades que apareceram pelo
nosso caminho de vida terrena.
O amor também é
fruto dele, mas é a nossa compreensão que nos fará entender que podemos mudar o
que sentimos e deixarmos de ter emoções pelos aspectos que as visões ou
sensações táteis possam nos possibilitar. Ou de outros órgãos do sentido.
Quando tiramos
interesse daquilo que estamos sentido e vemos a pessoa como algo grato pelo seu
sentimento de amor ou desejo e esquecemos que esse desejo nos quer tirar algo
que não é possível ser retirado, como não pode ser suprimido em nós, passamos a
ficar mais pertos do amor verdadeiro que estávamos anteriormente e isso é um
trabalho se sentimentos em condicionamentos e não apenas de descobrimento, mas
o que nos condiciona não é reprimir o que sentimos que consideramos errado, mas
a transformação dele em algo melhor e menos egoísta ou orgulhos dentro de nosso
ser e alimentarmos esse sentimento sempre que tivermos oportunidade ou condições
de fazê-lo penetrar mais fundo em nosso coração e assim passarmos a ser esse
sentimento mudando o que éramos e sairmos daqui melhor do que chegamos.
Isso não quer dizer
que devemos ser beatos positivistas sem discernimento, mas mantermos o equilíbrio,
conhecendo o mal e o bem e sabendo nos defender de quando o mal se aproxima o
evitando. Quando não sabemos esse mal se aloja em nosso âmago para que possamos
com o tempo compreendê-lo e transformá-lo dentro de nós em algo bom, pois o mal
provém de nosso instinto primitivo e ele evolui conforme a nossa compreensão
que temos dele.