Amo aprender, mesmo que às vezes seja
doloroso. Mas o aprendizado lhe possibilita mudar seu caminho inúmeras vezes,
ajustando à sua realidade de sentimentos íntimos.
Já
expus isso aqui, mas nunca é demais colocar novamente, principalmente se
olhando por uma nova ótica.
Admiro
Descartes, pois ele colocou normas na ciência e ela pode ter o caminho que nos
levou a realidade desse mundo que visualizamos à nossa volta. Graças a ele hoje
podemos nos comunicar através de uma imagem virtual, conhecer outras maravilhas
do mundo como interagir com outras culturas. Obviamente ele não fez isso, mas
pelo seu ideal de retirar a vaidade dos projetos científicos ou a ilusão
daquilo que não tínhamos respostas para explicar, mas imaginávamos uma resposta,
para satisfazer a nossa vaidade de ser importante. E obvio, como era o começo
do Século XVII e havia uma grande ou ao menos com o protestantismo uma outra
visão que não a Católica no mundo Descartes pode questionar o que havia em
filosofia e soluços para problemas. Afinal tudo era dádiva de Deus e não um
fato corriqueiro do elemento natural.
Vejamos
que as duas afirmações são corretas, tanto um ato natural como uma vontade de
Deus. Mas a questão está na interpretação. Quando eu me posiciono que isso é a
vontade de Deus e isso me satisfaz, me conformo e sigo minha vida medíocre caminhando
para a minha sobrevivência.
Mas
se o meu intelecto questiona o fato ocorrido, sempre haverá um por que isso
aconteceu e assim me força a investigar o motivo da ocorrência.
Perceba
que a leis de Deus geram o Universo e o harmoniza, para um equilíbrio que se
deteriora parcialmente de tempos em tempos, por uma necessidade que ainda não
sabemos responder, mas que criam uma dificuldade nova para podermos encontrar a
sua resposta de como aconteceu e como evitar ou saber como se prevenir.
Descartes
quando cita a frase: Penso logo êxito! Ele estava com uma visão distinta, pois estava
recriminando a vaidade e o orgulho humano em se conformar com as explicações
que era a vontade de Deus. E principalmente para nos diferenciar dos animais.
O
que ele fez foi nos ensinar a raciocinar. Procurando a lógica das coisas dentro
da natureza com método e comprovação do que era afirmado.
Agora
vamos dar um panorama da Europa naquela época, Havia ainda a inquisição tanto
que Giordano Bruno havia sido queimado em fogueira por ter questionado os
dogmas da Igreja que ele fazia parte.
Alguns
anos antes (1517) Lutero escreve e divulga suas 95 teses que acabariam tornando
um excomungado da Igreja Católica e que acaba gerando as várias religiões que
conhecemos hoje de evangélicos ou crentes que na época eram conhecidos como
protestantes por discordar da versão católica de ver o mundo.
Um
pouco depois de Lutero era na Inglaterra que surgiria outra quebra do elo
católico europeu. A Inglaterra se desvincula do catolicismo criando a Igreja
Anglicana, pela necessidade de Henrique VIII ter um filho homem para deixar
como rei e se divorciar de Catarina de Aragão e Casar com Ana Bolena que ocorre
em 1533.
Voltemos
à história da Igreja Romana. O Império Romano era uma área muito extensa para
ser dominado pela força, pois era muito dispendioso manter tropas nas
fronteiras, além da dificuldade de comunicação. Muito dos imperadores já
visualizavam isso, mas nenhum deles tinha uma solução para o problema até
chegar à época de Constantino.
Havia
também a questão de Jesus, do Messias Judeu. Haviam muitos outros que se diziam
ser o Enviado Divino criando um emaranhado de profetas com diversos interesses
nem sempre verdadeiros sobre a verdade do Universo que Jesus acabou mostrando
ao povo de Israel.
Assim
Constantino, com sua inteligência e sagacidade, institui o primeiro neo
colonialismo conhecido com a criação da Igreja Católica.
Desta
forma, como sempre, os evangelhos que eram os mais submissos dos apóstolos de
Jesus, são usados para gerar a religião. Os demais são suprimidos ou perdidos e
só com a descoberta dos pergaminhos do Mar Morto que se tomou conhecimento da existência
deles mundialmente.
Como
o Império Romano só termina em 476 DC, tiveram tempo hábil em reestruturar toda
a realidade guerreira por uma proposta mas condizente com uma religião
delegando a outros Reis ou Imperadores a defesa da Igreja.
Assim
a Igreja surge com dois objetivos, civilizar de desenvolver a Europa e guardar os
ensinamentos de Cristo e divulgá-los pelo mundo.
Todas
as religiões tem a função de juntar pessoas e fundar nações. O catolicismo fez
isso na Europa. A judaica fez isso com Israel gerando um povo que era egípcio formando
uma nova nação. O Islã teve sua parte de importância, que era de
responsabilidade ao Judaísmo promover, mas que com Maomé toma impulso e gera
uma nova religião, transformando os países da região do Oriente Médio e do
Norte da África. A Religião Hindu dá unicidade à Índia com o surgimento do
livro dos Vedas e o Budismo que é uma raiz do Hinduísmo se espalha pela Ásia amarela,
já não formando nações, mas dando novas estruturas ao poder de governar. Talvez
o Tibete seja o país que surgiu pelo Budismo.
Como
a Igreja era o poder determinante da época, havia a necessidade de desmistificar
tal poder para que pudéssemos avançar no tempo com racionalidade e desenvolvimento,
pois a Igreja já havia realizado o desenvolvimento possível pela sua visão de
mundo e havia a necessidade de mudança, assim o surgimento do Luteranismo e do
Anglicanismo no campo religioso e Galileu Galilei, Colombo, e Descartes, além
de outros.
Voltando
à Descartes. Descartes cria a frase: Penso logo existo. Por uma realidade de
momento. Havia a necessidade do povo desenvolver o raciocínio e dar novo valor
ao aprendizado, desta forma a lógica era uma ferramenta útil que deveria ser
usada e retirar toda ilusão dentro da cultura existente na época. Lógico que
ainda estamos tentando isso.
Buda
percebe que o equilíbrio entre duas realidades é o melhor caminho para se
atingir o Nirvana ou o controle sobre si e seus sentimentos. Ao avistar um pai
ensinando a seu filho a toca citará ele descobre isso quando o pai expõe a
frase: Se deixar a corda muito frouxa ele não irá tocar, mas se a deixar rija
demais ela se romperá, assim o meio do caminho entre as duas situações é o
ideal.
Descartes
se vale do oposto ao que a religião visava nesta época. A lógica e não o
sentimentalismo barato, dominante.
Quando
ele fez essa proposta havia um objetivo, mas hoje este objetivo é uma enorme
mentira, pois se baseia em existir. A frase correta seria: Sinto logo existo.
Pode parecer um contra senso, mas somos o que sentimos.
Se
isso fosse uma verdade, não haveriam árvores, plantas, cachorro e o que seria
de uma ameba, coitada, não teria a menor chance de sobrevivência, e muito QI de
ostra ficaria livre de ser chamado de QI de ameba nesta vida. Apesar de que a
ostra não seria muito diferente da ameba já que fica inerte em seu espaço.
Assim
é um contra senso estimular a frase: Penso logo existo, seria melhor: Penso
logo transformo, por que a existência se vale pelo sentir. Se você morrer e
continuar sentindo, continuará vivendo.
A
psicologia ou Freud explica isso quando fala do trauma. Mesmo toda a diferença entre opinião e forma de agir esta
muito mais ligada ao sentimento que ao raciocínio. O trauma é isso, uma má
interpretação de uma realidade e no caso de Freud foi a cura da Histeria em
mulheres, por ver no sexo uma coisa peçonhenta, quando se trata de um
instrumento natural para a reprodução e o alívio de tensões.
Aquilo
que acreditamos, notem, acreditamos, é o que torna o que somos. O raciocínio
serve para essa seleção, fazendo com que certas afirmações se comportem
conforme as nossas expectativas.
Fazendo
uma analogia atual, digamos que temos um computador com dois HDs. Um pequeno e
outro grande, como o consciente e o inconsciente.
No
HD pequeno você coloca todo o seu programa de atuação, Windows, Office, e
dependendo do seu interesse os outros programas. No meu eu tenho visualizadores
de imagens, tocadores de musica, editores, conversores de música filmes e
fotos, pois meu interesse é esse. Então eu vou à internet e pesquiso uma
determinada foto, sempre vêm várias. Assim seleciono a que desejo. As selecionadas
vão para o HD maior que só uso para armazenagem.
Me
pedem um filme, seleciono esse filme, traduzo se for o caso, fixo a legenda no
filme e posto em um provedor para poder dar a possibilidade dos interessados
verem o filme.
Uma
época fiquei sem um Drive para DVD que pudesse ler o DVD, assim tentei me
adaptar com o computador da minha filha. Transferi programas, Fiz adaptações,
mas o computador é dela. Não deu certo, era muito trabalho para um serviço
porco.
Fazendo
uma analogia com o cérebro, temos o HD maior como o inconsciente e se expressa
pelo meu interesse em filmes e fotos, já o HD menor é minha capacidade de
raciocínio e meios de alterar a realidade da minha tela em fotos, textos,
filmes e outros usando o que tenho como referência no HD maior.
Assim
a realidade humana é: Penso logo transformo, mas sinto, assim existo.