Sou religioso, mas não vejo nenhuma
diferença entre o que pratico e o que o texto expressa, com exceção da crença
em Deus. Mas realmente também não acredito no diabo. Mas vamos tentar
esclarecer o que desejo dizer por partes.
Eu
como espírita sou responsável pelo que faço, não importando o que faça, se são
coisas boas vou ter uma colheita boa aqui ou no além, se forem ruins a colheita
mais provável será aqui, mas será meu orgulho que determinará se sofrerei as
consequências no além. Assim sou 100% responsável pelo que faço.
Mesmo
que eu esteja obsediado por um espírito vingativo, ele se valerá dos meus
defeitos para me prejudicar, assim só vou prejudicar alguém ou algo se eu tiver
tendências a isso. Ele só reforçará a minha vontade latente para que se realize
e terei muita sorte se houver uma reação contraria imediata, assim poderei perceber
o meu erro e corrigi-lo tirando o poder do vingativo espírito possui sobre mim.
Assim, a meu ver, ele é responsável pelo que me induziu fazer, mas eu sou
responsável por permitir que isso acontecesse ou que eu fizesse. Assim, se fiz
algo ruim, a culpa é minha e não do capeta, pois eu tenho livre arbítrio e ele
é responsável pelo livre arbítrio dele.
Tudo
que conquisto é sem dúvida mérito meu, pois ai esta a recompensa da colheita.
Vamos explicar de outra forma. Deus quando pede que façamos a sua vontade, não
espera que sejamos obedientes aos seus desmandos, mas ás suas leis, as leis da natureza.
As leis que a ciência pouco a pouco vem descobrindo e abrindo novos horizontes
para interpretarmos a vida. Então se eu consigo entrar em uma faculdade através
de um honesto vestibular é por que estudei e pude responder as perguntas
necessárias para que a minha alternativa fosse contemplada com uma vaga. Quer
dizer eu conquistei, eu mereci, eu fiz por merecer a vaga. Pode haver uma ajuda
de protetores, mas não é direta, mas indireta para que possa lembra-se da
resposta. Mas o trabalho e o mérito são meus. Mas eu sempre agradecerei o apoio
e a ajuda deles seja em ter me feito responsável ou me permitindo me lembrar de
alguma resposta ou por qualquer outro motivo. Para mim não importa. Para um
ateu isso importa, pois está calcado no orgulho, afinal precisamos sempre dos
outros, mesmo para estudar alguém elaborou o livro ou a apostila que nos levou
ao exame. Assim, se conquistei algo de bom para mim, o mérito é meu e também de
espíritos que me auxiliaram quando foi necessário, pois são espíritos de Deus.
Objetivamente
os ateus realmente não têm nem produzem um pacto com o diabo, mas percebam que
isso acontece com quem acredita não no diabo, mas em prejudicar outros sem ter
que enfrentar as consequências diretamente, pois são covardes e sempre irão
responder pelo que estão fazendo. Seria o mesmo que contratar marginais para
realizar algum prejuízo a alguém. Com isso se paga a quem não tem escrúpulos. O
ateu certamente que não.
Agora
eu também não acredito no diabo, pois sei que são apenas homens que morreram e
se veem frustrados em ter que assumir seus erros assim se negam a acreditar que
necessitam se reformar e procuram se vingar de desafetos ou a usar meios para
minimizar seus sofrimentos, pois ainda se mantém muito preso aos instintos
terrenos e assim ainda tem fome, necessidade de sexo, ter prazeres e outras
coisas que alguns humanos se valem em fornecer-lhes. Mas objetivamente o diabo
não existe.
Assim
não vejo muito diferença entre um ateu e um religioso, é tudo uma questão de
interpretação e uma valorização de instintos nem sempre tão evoluídos apesar da
inteligência que possuem. Como sabemos estamos aqui para aprender, assim temos
que descobrir o que temos que descobrir e aprender, as vezes nos desviamos do
caminho e a lei da vida ou a lei de Deus nos fará retornar ao caminho nos
mostrando que aquela tese ou hipótese esta errada, o problema é que nosso
orgulho nem sempre nos permite perceber que é sobre a hipótese que formulamos
que estamos sendo questionados. Foi isso que René Descartes quis combater o
nosso orgulho e vaidade nos colocando mais com os pés no chão. O Ateu honesto,
não o frustrado que fica enfrentando religiosos querendo impor a sua verdade,
mas que tem tanta necessidade de Deus quanto qualquer religioso , pois ele se
distanciou, por ter acreditado em um milagre que não aconteceu e ele queria que
acontecesse e assim se rebelou contra Deus e o Deus mais próximo a ele é o religioso
mais próximo ao seu espaço, pois está pedindo socorro. Como dizia, o ateu
honesto ele muitas vezes é mais caridoso e solidário que qualquer religioso que
bate no peito dizendo e decorando as coisas de Deus.
Não
somos ninguém para julgar ninguém. Todos nós caminhamos para o mesmo lugar e
com o mesmo objetivo, ser feliz e isso só ocorrerá na presença de Deus, então
pouco importa o caminho que tomemos no percurso, pois todos chegaremos lá.
Não
importa que sejamos, ateus, espíritas, crentes, católicos, muçulmanos, judeus,
hindus, budistas etc, cada uma das religiões tem algo importante para nos
ensinar, pois é a nossa necessidade de aperfeiçoamento que ela esta tratando e
não do meu orgulho e vaidade, muito menos do meu egoísmo, mostrando que somos
todos irmãos.
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