Bom,
realmente pensar não custa nada, se não analisarmos que gastamos pensando ou
não 20% de toda a energia que consumimos com o cérebro. Veja que coloque
gastamos e não comemos, pois o que comemos tem uma parte que se acomoda na circunferência
preferida da nossa barriga. Assim como pensar ´para nós é um ato natural, não
gastamos nada pensando.
No
caso especifico que desejo abordar são as aulas de espiritismo. Isso por que no
espiritismo ou nas religiões, vale muito a interpretação e não uma afirmação
possível. Se pensarmos em ciência ela não é muito diferente, pois lidamos com
as verdades relativas e assim as relações dessa verdade absoluta se diversifica
em verdades relativas. Assim a lei de ação e reação, que a religião usa como a
colheita do que se plantou, está muito bem fundamentada na Física e outra que é
na química se chegou à conclusão de que nada se cria, mas tudo se transforma,
comprova que o único que pode criar é Deus e não o homem, por não ter capacidade,
e assim eles creem que ao fazer um carro com um motor, elétrico, com combustão
interna ou externa eles estão criando, mas na verdade estão usando apenas os meios
possíveis que existem para aumentar o poder de DEFESA humano que é muito
inferior à dos animais. Isso nos leva a uma nova probabilidade de outra lei
natural absoluta, a adaptação. Essa nos vem da Biologia onde Darwin demonstra
que o melhor se adapta ao meio e assim sobrevive. Se formos analisar os que
melhor se dão socialmente são aqueles que se adaptam ao meio que vivem
principalmente no campo profissional dando a maleabilidade possível dentro do
objetivo que temos como vida. Me explicando. Na política essa maleabilidade é
possível e necessária, para se sobreviver e poder realizar algo possível conciliando
ideias, mas ela depende do poder e no caso que específico ela depende do
dinheiro e não exatamente do que seja correto ou melhor a se fazer, pois
política trata de conciliar interesses. Como questão individual, isso também
vale, pois se meu interesse é o poder, eu vou obrigatoriamente depender da
aceitação do outro da minha pseudoverdade para adquiri poder sobre ele e assim
moralmente isso não seria sensato. Assim se adaptar a verdade religiosa está
ligada humildade de se reconhecer o erro que cometemos em determinado
pensamento ou ação e assim o reformularmos nos adaptando seja ele um efeito
social ou profissional. Assim a meu ver a adaptação ao meio pode ser também uma
verdade absoluta que está ligada a todas as ações científicas e religiosas no mundo
e no universo.
Assim
não somos efetivamente aptos ainda a enxergar a verdade absoluta, pois ainda
continuamos com a visão da verdade relativa das coisas que se multiplicaram e
apenas observamos a sua superfície e não o seu amago. Por isso temos distorções
nas visões de determinadas matérias que agem sobre o mesmo fim. Digamos a
Fisiologia e a Histologia são contraditórias em suas premissas, apesar que a
fisiologia analisa exatamente os efeitos químicos diretamente e a histologia
indiretamente pela coloração dos agentes utilizados para se visualizar tecidos e
a resposta colorida exprimindo assim uma suposição de interação química e uma
interpretação fisiológica do fato.
Uma
outra área onde as confusões são profundas quando se adota a visão humana da
coisa são a psicologia, pedagogia, sociologia, antropologia e apesar de estar
nas ciências médicas os instintos animais em relação a sua essência e
comportamento, que diferem por partirem pela premissa do instinto e não do meio.
Isso para mim é uma maravilha, pois demonstra nitidamente a nossa relatividade
como a espécie mais desenvolvida desse planeta.
Assim
como disse o espiritismo é uma religião onde recebemos informações de um outro
plano que não enxergamos ou não vivenciamos conscientemente no plano que estamos.
Assim o que podemos interpretar o que lemos é através da nossa experiência empírica
e não precisa sobre uma vivência no mundo físico. Assim um exemplo que talvez
possa parecer grosseiro, mas é real e se utilizou muito até hoje. “Olho, por olho e dente por dente”, isso
nada mais é que a interpretação um tanto restrita da ação e reação da lei divina.
Se analisarmos a lei de ação e reação ela se expressa exatamente da mesma forma,
fazendo com que se sinta a dor alheia da mesma forma que a fizemos sofrer. Mas
ela levou a uma obrigação nossa, que poderíamos nos vingar pelo mal sofrido e
não que poderíamos nos defender do mal sofrido. Perceba que há uma grande
diferença entre se vingar como direito e se defender como direito de vida. É a
mesma lei interpretada distintamente pela nossa raiva ou ódio, ou pelo orgulho
que carregamos ou pela suposta injustiça que sofremos e assim achamos que temos
esse direito do revide. Hoje podemos pensar assim, mas em 1700 AC isso era
regra de vida. Por isso a necessidade de reencarnar e interpretar cada vez
melhor as realidades da lei divina ou natural se preferir.
Após
mostrar meu ponto de vista, vamos voltar a aula de espiritismo. Como disse
religião se interpreta e não se tem muito a noção de realismo, por estarmos
falando de outro mundo que não vivemos conscientemente. Assim o foco da
realidade religiosa na Terra é a penas a reforma intima, ou a descoberta da
verdade relativa mais próxima da verdade absoluta possível. Primeiro temos que
não somos donos da verdade, já que sabemos muito pouco da verdade absoluta e
depois dependemos da nossa percepção e do ponto de vista que estamos tendo para
interpretar aquilo que estamos analisando ou observamos, por isso essa confusão
na ciência é aceita e se procura evitar a vaidade da imaginação para se chegar
o mais aprofundado possível no pensamento ou na realidade da verdade absoluta
que nos rege.
Assim
uma aula formal sobre religiosidade, não da história da religiosidade, não deve
ser desenvolvida na forma didática que conhecemos, um mestre expondo seu
conhecimento. Como fiz minha introdução ao espiritismo através de aulas de
questionamento e adoro isso, vejo isso como uma premissa interessante, mas é
claro que isso seria mais uma terapia de grupo que na verdade uma pesquisa de
doutorado em filosofia religiosa ou kardecista. Mas como a realidade é efetivamente
a reforma intima, não vejo um erro nesse procedimento.
O
Kardecismo tem uma característica única nas suas atribuições religiosas que é a
liberdade e a responsabilidade como meta de informações de vida, assim não temos
uma regra comum a todos os centros espiritas, mas do grupo que o forma. Por
isso que se pede que não modifique aquilo que estão expondo, caso não concorde
com o que está sendo mostrado que se procure um local que possa ser mais bem ajustado
ao grupo ou pessoa, como está no livro dos médiuns de Allan Kardec.
Vou
explicar como vejo. A parábola dos talentos, Mateus 25:14–30, creio que todos
conheçam. Normalmente se utiliza essa
parábola para explicar os talentos de cada um que migra para Terra em nova
reencarnação e que os multiplica pelo trabalho gerando outros talentos novos,
que seria um aumento da virtude. Mas uma vez ouvi essa mesma parábola voltada
ao medo. Medo? Sim, o medo. O medo do último servo de perder ou se
responsabilizar pelos erros possíveis de se cometer os usando e assim se
comprometer em seu futuro espiritual, assim passa pela vida como uma branca
nuvem que nem chove e faz sombra, segue uma vida sem proveito, usando de forma
útil à natureza o talento que possui. É a mesma parábola vista de uma forma
distinta, como a falta de alimento que se tem para dar ao povo e Jesus o multiplica,
mas pode ser encarada como só se dar o que se tem, sendo impossível dar o que
não se possui ou se desconhece. Isso nos mostra que somos imperfeitos e estamos
crescendo e aprendendo. Assim no tipo de tempestade mental, onde todos dão
palpite sobre um tema e os desenvolve a partir de uma premissa vejo como mais
proveitoso pois isso pode mudar a visão intima de cada participante do evento.
Isso é muito mais difícil que dar uma aula didática afirmando possíveis
verdades, mas também pode ser muito mais perigo no sentido de se cometer erros.
Como sempre antes de qualquer reunião ou aula pedimos a orientação do plano
espiritual temos a responsabilidade dividida com eles e assim se for necessária
uma reformulação, podemos executar o caminho necessário para isso com o apoio e
amparo deles. Isso também é uma lição de humildade e aprendizado que devemos
levar em conta para nosso desenvolvimento e nossa responsabilidade em ensinar.
Aqui
vou aproveitar para expor uma contradição dos livros da codificação e de Chico
e um de seus livros. No livro Gênesis de Allan Kardec ele fala que Moisés “PROMULGOU”
a lei do Sinai, ou os Dez mandamentos. Essas são as palavras que podem ser
consideradas sinônimos de promulgar:
Publicar
uma lei ou decreto: 1 decretar, proclamar, declarar, expedir, publicar. Tornar
público: 2 divulgar, difundir, anunciar, apregoar, propagandear, propagar,
vulgarizar.
Dessas
palavras a única que poderia ter o sentido de não serem leis provinda dele,
Moisés, seria anunciar. Mas veja que Kardec usa promulgar, e nós aqui no Brasil
essa palavra nos leva a uma situação de ditadura militar, ao menos para mim e
assim uma imposição e não uma revelação. Isso poderia me dar a visão que Moises
que nitidamente não era médium, mas um guerreiro, não poderia conhecer ou
receber essa lei se não fosse por outro e assim ter lido isso no tempo de
príncipe egípcio, quando Akenaton define o Deus único Aton como o senhor do
universo ou da Terra. Isso também o coloca em 1200 AC e não 1400 AC antes de
Akenaton como se supõe pelas contas dos judeus, como a época em que Moisés
viveu.
Já
no livro Evolução em Dois mundos do André Luiz ele fala com todas as letras que
Moisés recebeu “MEDIUNICAMENTE” os Dez Mandamentos se tornando assim a parte
divina de todos os livros que são atribuídos a ele.
Para
fazer uma comparação aqui está o texto em Francês do livro no trecho especifico
da tradução, mostrando que não se trata de erro, mas apenas de uma tradução realmente
bem-feita pelo que nós aqui no Brasil podemos interpretar.
“21.- Moïse, comme
prophète, a révélé aux hommes la connaissance d'un Dieu unique, souverain
Maître et Créateur de toutes choses ; il a promulgué
la loi du Sinaï et posé les fondements de la véritable foi ; comme homme, il a
été le législateur du peuple par lequel cette foi primitive, en s'épurant,
devait un jour se répandre sur toute la terre.”
Tradução
Guillon Ribeiro
21.
Moisés, como profeta, revelou aos homens a existência de um Deus único,
Soberano Senhor e Criador de todas as coisas; promulgou a lei do Sinai e lançou
as bases da verdadeira fé. Como homem, foi o legislador Capítulo I 26 do povo
pelo qual essa primitiva fé, purificando-se, havia de espalhar-se por sobre a
Terra.
Tradução
de Evandro Noleto Bezerra
21.
Moisés, como profeta, revelou aos homens a existência de um Deus único,
soberano Senhor e Criador de todas as coisas; promulgou a lei do Sinai e lançou
as bases da verdadeira fé. Como homem, foi o legislador do povo pelo qual essa
primitiva fé, depurando-se, havia de espalhar-se por sobre a Terra.
Poderia
repetir mais uma tradução, mas mostraria o mesmo. É por isso que creio ser
melhor uma questão de o grupo como um todo chegar a uma conclusão. Que
realmente se colocar uma dissertação falando sobre as conclusões que um grupo
restrito concluiu ser o melhor, mostrando assim a sintonia que existe entre a
Federação espírita Brasileira, a Federação espirita de São Paulo e a federação
criada por Edgad Armond chamada Aliança. Cada uma delas tem visões distintas
sobre algum aspecto da doutrina, como a do Paraná onde o passe se faz apenas
com a imposição das mãos e não como o gestual característico da de São Paulo.
Como
temos várias religiões na Terra fazendo com que cada ser humano possa se
ajustar junto com suas crenças a uma filosofia religiosa, a sintonia fina de
cada uma mostra que dentro dessas premissas mais sintonizados com umas que com
outras e assim a preferência da casa para frequentarmos.
Agora
vejamos junto ao objetivo da religião que é a melhora do ser humano em seus
predicados morais. Será que Moisés tendo recebido a revelação dos Dez
mandamentos de forma mediúnica reduzem a importância dos mandamentos? Não. Se
ele tivesse aprendido isso pelos sacerdotes egípcios que lhe falaram sobre essa
premissa de Akenaton que não frutificou pelo seu curto reinado de 16 anos,
altera a importância deles? Não também, mas essa colocação permite dar mais credibilidade
à doutrina e mais conhecimento que pode ou não ser definido futuramente com
algum fato novo em pesquisas arqueológicas, mas não altera a realidade que
devemos nos aperfeiçoar moralmente e esse fato mostra a necessidade de
humildade que devemos ter dentro na nossa própria verdade pessoal e em grupo.
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